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Segundo geógrafo, é economicamente inviável instalar usina eólica em Vitória da Conquista

Foto: Reprodução

O setor de energia eólica da Bahia vai ampliar sua capacidade de transmissão em nove mil megawatt (MW) até 2018, permitindo o escoamento de toda energia produzida no estado pelos dez anos seguintes. A informação foi antecipada pelo diretor da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), José Carlos de Miranda, durante o primeiro dia do Fórum Nacional Eólico realizado em Salvador na última semana.

Os investimentos do setor eólico vão se dirigir para o Oeste e Sudoeste baiano porque as regiões apresentam grande potencial de geração e conta com infraestrutura para receber as empresas. Tal potencial foi medido em estudo do governo baiano lançado ontem. Segundo Odilon Camargo, coordenador da pesquisa, o Atlas Eólico da Bahia mediu que os corredores de vento da Bahia têm capacidade de gerar um total de 1,5 vezes superior de toda  a energia consumida no Brasil em 2012 (195 gigawatts). De acordo com o Atlas, os maiores potenciais para a geração de energia eólica (energia produzida pelos ventos) na Bahia estão no Oeste, na Chapada e no Vale do São Francisco.

Rosalvi Lucas. Foto: Gabriel Oliveira

Rosalvi Lucas. Foto: Gabriel Oliveira

Porém, os conquistenses questionam o fato de que, mesmo com a grande incidência de ventos no planalto da Conquista, investimentos no setor energético eólico não foram e não serão direcionados para Vitória da Conquista e sim para cidades como Caetité e Guanambi. De acordo com o geógrafo e professor da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), Rosalvi Lucas, em entrevista à reportagem do Blog da Bia Oliveira, “normalmente quando se vão instalar os aerogeradores ou cata-ventos, faz-se um mapa prévio da distribuição das massas de ar que é o caminho onde os ventos passam, e aqui como estamos numa região de planalto e relativamente quente em alguns períodos, a gente tem pouca influência das massas de ar quando a temperatura está mais elevada, então, quando se vai colocar um aerogerador, tem que colocar em um ambiente com os doze meses seguidos de vento, em maior ou em menor escala, e aqui a gente não tem esse período, o que torna economicamente inviável instalar uma usina aqui, já Caetité, Guanambi e regiões litorâneas são boas áreas em que é válida essa instalação”.