Economia Política Vitória da Conquista

Preços dos combustíveis em Conquista: futuro presidente da Câmara propõe chegada do gás natural contra cartel

Objetivo do vereador é equilibrar o preço da gasolina em Conquista

O virtual presidente da Câmara de Vereadores, Luciano Gomes (PR) – que já apresentou uma lista com 18 nomes de parlamentares que garantiram o voto nele -, fez um discurso na sessão da Câmara de Vereadores da sexta-feira (7) defendendo uma mobilização para tentar trazer para Vitória da Conquista um gasoduto da Bahiagás, a empresa de economia mista controlada pelo governo do Estado e tem como acionistas a Gaspetro (subsidiária da Petrobras) e a Mitsui Gás e Energia do Brasil. A Bahiagás é responsável pela distribuição do gás natural em toda a Bahia, mas, tem toda razão o vereador, curiosamente, a empresa não considerou Vitória da Conquista no projeto de expansão.

Segundo o site da Bahiagás, a região Sudoeste vai receber o gasoduto, que será, de acordo com a empresa, o maior do Nordeste e segundo maior do país, mas, Vitória da Conquista estará fora do percurso dos dutos, que ligarão Ipiaú e Brumado, passando por Jequié e Maracás, entre outros. Esse “entre outros” não inclui a maior cidade da região e terceira do estado, com a economia mais forte e com grande demanda para o produto comercializado pela Bahiagás.

Na visão de Luciano Gomes, uma dessas demandas seria equilibrar o preço da gasolina, que em Vitória da Conquista está nas alturas, em alguns casos chegando a R$ 5,10. “O gasoduto vai dar a opção de os conquistenses abastecerem, mais barato e concorrer com os donos de postos de combustíveis, porque só assim eles vão sentir no bolso e vão baixar os combustíveis. Enquanto eles não tiverem concorrência vão fazer os acordos entre si e a população é que paga o preço”, previu o vereador.

Em certo ponto da fala, o vereador pergunta se o gasoduto não chegou ao município por falta de força política ou porque o cartel é mais forte. Não dá para dizer que Conquista foi preterida por razão política ou porque o cartel impediu, mas pode-se dizer que o gasoduto Itabuna-Ilhéus atendeu a interesse político, por decisão do então presidente da Bahiagás, Davidson Magalhães, para coincidir com os planos do seu partido de chegar ao poder em uma das suas cidades (já tinha o vice-prefeito de Itabuna e secretários no governo de Ilhéus, que tinha à frente Jabes Ribeiro, cunhado de Davidson, que tinha candidato a deputado em 2014, ficando na segunda suplência. Hoje ele é o primeiro suplente do senador eleito de Jaques Wagner).

Luciano Gomes propõe que uma comissão da Câmara de Vereadores vá a Salvador reivindicar a implantação do gasoduto. O vereador sugere que a conversa seja com o presidente da Bahiagás, Luiz Raimundo Gavazza e com os deputados que foram votados no município em outubro deste ano. O BLOG dá uma dica diferente: que a cobrança seja feita diretamente ao governador Rui Costa. O tamanho político de Vitória da Conquista indica essa posição.

Mas, sem querer colocar água na gasolina do vereador, o BLOG avisa que o gasoduto não interfere tanto no preço da gasolina e do álcool. Isso porque a maioria gigantesca dos carros abastece com os dois produtos e uma pequena minoria a gás. Em Itabuna e Ilhéus também se fala em cartel, há mais tempo que em Conquista, apesar do gasoduto passar na cidade. //Blog do Giorlando Lima