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Colunistas

OPINIÃO: INDEPENDÊNCIA OU MORTE? (Faz parte do nosso show)

thalaPOR THALANA PIAGGIO

Os desfiles são lindos. A cavalaria é linda, os trajes são lindos. A emoção é forte. O coração bate desenfreado. O espetáculo inteiro é um show que qualquer pai quer mostrar pros filhos. E a mentira… A mentira é grande.

Está tudo errado! Quase todo mundo sabe que a história foi mal contada, mas todo mundo comemora o 7 de setembro. Que Independência foi essa declarada pelo filho do opressor literalmente pintado como o “herói” do povo? Que independência foi essa que não colocou fim a um dos principais legados da colonização portuguesa (a escravidão dos negros)? Que Independência foi essa que não libertou as maiores vítimas do massacre colonialista? Que Independência foi essa cujo reconhecimento custou 2 milhões de libras esterlinas?

A nossa independência nada mais foi do que mais um dos muitos passos dados no processo de intensificação da marginalização da maioria do povo brasileiro. Independência de verdade houve aqui, na Bahia. Todo 2 de julho, faça o frio que fizer, acorde-me pra ver o sol brilhar mais que no primeiro, mas no 7 de setembro deixe-me vivenciar o frio, o gelo debaixo do meu cobertor. Aqui sim, na Bahia de Todos os Santos e de Todos os Pecadores, houve Independência! Independência forjada com luta! A Independência baiana só floresceu porque a sua semente foi regada com o sangue do povo! Aqui os gritos de independência não foram dados por Dão Pedro I, mas pelos alfaiates que ninguém escreveu e ninguém sabe os nomes.

É simplesmente impressionante como frases significantes de certos períodos da história brasileira podem ser usadas, sem perda de sentido, para descrever períodos distanciados pelo tempo: “Façamos a revolução antes que o povo a faça”, “o povo assistiu bestializado”… Assim como o foi com a Proclamação da República do Brasil, a nossa “independência” não passou de um simulacro de independência ao qual “o povo assistiu bestializado”. Aliás, no nosso país é quase sempre assim: O povo é público e vive assistindo bestializado.

Um sem número de negros morreu lutando pela liberdade, mas o título de rainha do abolicionismo entregaram à bondosa Princesa Isabel. Está na hora do povo brasileiro tomar a pena de quem escreve mentiras na língua culta e escrever a nossa história na “língua certa do povo”! Por essas e outras que digo que a Ditadura Militar teve o seu lado belo! Os documentos históricos que retratam a luta de um povo, de uma gente que não se rendeu, de uma gente que morreu pela nossa liberdade, são de fazer o coração palpitar! Comemorar? Comemorar o quê? Deixe-me dormir, cara! Não sabes tu que não houve independência, mas sim morte? Morte dos sonhos que poderiam ter dado outro rumo ao nosso país!