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Educação Polícia Vitória da Conquista

Trote violento praticado por alunos do curso de Agronomia é denunciado ao Ministério Público de Conquista

Da Redação

topo_trotedobemTradicional em muitas instituições de ensino, o trote, atividade de iniciação dos calouros, nem sempre é uma brincadeira saudável, tendo em vista que muitas vezes chega ao que se pode chamar de violência moral e física. Embora seja uma forma antiga de recepcionar os novatos, em algumas universidades do país essa prática é proibida e pode ocasionar sérias penalidades ao aluno que descumpri-la.

Mas apesar das orientações passadas pelas universidades para não praticar trotes ou substituí-los por ações de entretenimento, cidadania ou pedagógicas, nas últimas semanas não foi isso que se viu pelo país afora: muitos trotes, além de abusivos, estavam carregados de preconceito ou violência, obrigando os alunos novatos a se submeterem a situações de constrangimento.

Segundo o professor do Departamento de Economia, Administração e Sociologia da Escola Superior de Agricultura (Esalq), Antônio Ribeiro de Almeida Júnior, ouvido pelo G1, “trote não é tradição, é relação de poder. Um grupo político disputa o controle da situação. O menino que vai para a rua pedir dinheiro [nas brincadeiras de pedágio] é o soldado raso em uma hierarquia que tem general”. Para o especialista, autor de três livros, “o que se vê ao longo ao ano é o aumento da violência, e não da consciência”.

Para ser uma ideia da violência, em Minas Gerais, uma caloura foi fotografada pintada de preto com as mãos acorrentadas e uma placa de identificação com o nome “Chica da Silva.” No Rio Grande do Sul, os ‘bixos’ tiveram de segurar uma cabeça de porco e tomaram um banho com líquido que continha vísceras de peixe.

Em Vitória da Conquista, na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb), uma jovem de 22 anos, do curso de Agronomia, foi obrigada a chupar testículos de boi e sofreu ferimentos no corpo e na boca. Ela fez uma denúncia ao Ministério Público e registrou Boletim de Ocorrência na delegacia por maus tratos e constrangimento. O episódio teria ocorrido no dia 26 de abril.

Segundo a jovem, cujo nome não foi revelado, os calouros foram submetidos à tradicional fila conhecida como “elefantinho”, tiveram os rostos pintados, mas, quando foram obrigados a se ajoelhar para chupar os testículos e o pênis do boi, aí a situação se complicou. E como se não bastasse, ainda foram levados ao curral e receberam produtos químicos no corpo e na boca, ocasionando uma espécie de queimadura na pele.

Sem suportar a pressão psicológica, a aluna teria desmaiado e sido levada ao módulo de medicina da faculdade, onde recebeu os primeiros socorros. Orientada por amigos e familiares, ela prestou queixa na delegacia e se submeteu a exame de corpo de delito. Tanto a Polícia Civil quanto o Ministério Público estão apurando a denúncia. A reitoria da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb), que há anos vem realizando uma campanha de conscientização para se evitar esse tipo de trote, também está apurando o ocorrido. Com informações do Blitz Conquista.