Greve Vitória da Conquista

Sindicato dos Rodoviários deflagra greve na Viação Vitória

A Viação Vitória atende, diariamente, 40 mil usuários, com a greve apenas 30% da frota devem rodar

O Sindicato dos Rodoviários deflagrou greve na Viação Vitória, empresa de transporte coletivo em Conquista, e recolheu os ônibus da empresa até que sejam pagos aos funcionários os salários em atraso desde abril deste ano.

A Viação Vitória atende, diariamente, 40 mil usuários. Com a greve, a legislação assegura 30% da frota em funcionamento.

Apesar de a empresa ter quebrado um acordo com o Ministério Público do Trabalho (MPT), que previa o pagamento salarial e tickets nos dias 5 e 7 deste mês, respectivamente, uma nova rodada de negociação aconteceu nesta terça-feira (19) no órgão, mas sem avanço.

Como não houve acordo entre empresa e rodoviários, o caso será levado à esfera judicial. “O sindicato vai ajuizar uma ação até o final desta semana pedindo o bloqueio dos repasses que são feitos à Vitória para que sejam feitos os pagamentos de salários”, disse o advogado Thalmus Rodrigues Azevedo ao jornalista Anderson Oliveira, do Blog do Anderson.

Especialistas consultados pelo Sudoeste Digital têm outro entendimento a respeito do caso destacado pelo assessor do sindicato. A lei de recuperação judicial dá cobertura à empresa a não pagar dívidas e, com isto, pagar seus funcionários de modo que eles mantenham a empresa funcionando.

“Como então que a empresa não consegue pagar os funcionários? Então já não cabe mais a recuperação e sim falência”, observa a fonte. “A falência ou calote social já está sacramentado, pois deixaram que os funcionários trabalhassem dois meses e meio sem salários e, com isso, elevando a soma nas mãos do patrão. Não bastasse a tragédia social todos os funcionários ficarão sem seus FGTS e rescisões”, emenda.

Os especialistas em transporte público vão mais além e questionam a Prefeitura. “O município vai acionar o seguro garantia do contrato de concessão, já que ele (município) tem sido solidário com a empresa celebrando o TAC, dando um reajuste de tarifa de 18%, devolvendo a linha D38 e por fim aceitando a recuperação judicial e não o processo de caducidade deixado concluso pela gestão anterior?”

Diante do caos instalado e a tragédia há muito anunciada, ficam no ar a pergunta sem resposta: “Qual a empresa que viria para operar em caráter emergencial no lugar da Viação Vitória sabendo que: enfrentará uma cidade com a fama de falir cinco empresas de ônibus; a cidade está infestada de clandestinos; terá que herdar um passivo milionário dos direitos trabalhistas de funcionários e ex-funcionários da Viação Vitória; só poderá operar por seis meses em caráter emergencial e depois enfrentar uma nova licitação em que ela não terá nenhuma garantia, depois ir embora e pagar tudo novamente?”

Procurada, a Prefeitura ainda não se manifestou, a exemplo da Viação Vitória. //Sudoeste Digital