CONQUISTA: Réu acusado de matar e enterrar criança é absolvido por júri popular
Do G1 BA
Por quatro votos a três, o júri popular absolveu o réu apontado como autor do crime contra uma menina de 5 anos, na cidade de Vitória da Conquista, no sudoeste da Bahia. A criança foi morta e encontrada já enterrada em maio de 2010. A sessão começou por volta das 10h, no Fórum de João Mangabeira, e encerrou na noite desta quarta-feira (9).
Segundo familiares, na época do crime, a mãe de Marcelle Yasmin Cardoso deixou a menina sozinha com o irmão de quatro anos, por cerca de 40 minutos, quando retornou para a casa e se deparou com o muro e o telhado da residência destruídos. A menina não foi encontrada pela mãe no local e, seis dias depois, foi localizada morta, enterrado em um matagal.
Marcelle e o irmão viviam com o pai, que era detentor da guarda deles, fruto do relacionamento com a ex-mulher. As crianças passavam fim de semana com a mãe quando o crime aconteceu.
O até então principal suspeito, Francisco Diacísio, é tio do ex-companhaeiro da mãe da vítima. O Ministério Público da Bahia (MP-BA) afirma que ele teria proximidade com a mãe e teria cometido o crime por vingança. Ele já era processado por outro crime de homicídio.
Em depoimento, a madrastra de Marcelle, bastante abalada, comentou sobre a absolvição e sobre as provas apresentadas. “É um sentimento de dor, misturado com revolta. De qualquer forma, acabamos de enterrá-la novamente. É uma sensação de impunidade. Para onde o Brasil vai desse jeito? Isso não tem fim, hoje não há mais limite para nada! É só revolta agora! Pedi muito a Deus, como esposa, força, porque temos quatro filhos para criar. É ter fé em Deus e confiar. Os nossos filhos vivos estão aqui para mostrar isso”, desabafou a madrasta. Ela afirma que a família pretende recorrer da sentença ainda na tentativa de provar a culpa do rapaz. “Ela se matou e se enterrou então? Apresentamos provas contra ele, menções dele, e depoimentos de testemunhas que o viram à noite “, alega.
Segundo o advogado de defesa, Tairone Porto, o réu negou o tempo todo a autoria do crime. Além disso, ele conta que uma testemunha descreveu as características do autor da ação, que não teria relação com Francisco Diacísio. “Ela disse que morava em frente à casa da mãe da garota. O depoimento dela foi contraditório. No primeiro, ela disse que viu dentro de casa e, no segundo depoimento, disse que ficou da chuva, encarando o rapaz. Disse que não fez nada porque já tinha visto ele na rua e não achou nada demais. No depoimento dele [réu], não há qualquer contradição”, explica.
O G1 não conseguiu falar com o promotor de Justiça responsável pela acusação do réu.