Que a convivência escolar é fundamental para a formação das crianças e adolescentes com deficiência, ninguém duvida. No entanto, com a pandemia do novo coronavírus e a necessidade do distanciamento social, as aulas presenciais precisaram ser suspensas.

Então, como ajudar esse aluno a reconhecer, avaliar e lidar com os próprios sentimentos? Para responder a essa questão, a Escola Municipal Lycia Pedral realizou, no primeiro semestre de estudos remotos, o projeto “Emoções: como lidar com as emoções em tempos de pandemia”.

“Essas crianças estão passando por um período de ter de ficar o tempo todo dentro de casa. Então, elas estavam muito angustiadas, estressadas. Daí, procurei um tema para trabalhar com elas que desse uma leveza a esse momento. O trabalho com as emoções propôs saber como eles estavam, o que estavam achando desse momento, mas na linguagem deles”, conta a professora da Sala de Recursos Multifuncionais, Eva Duarte.

Professores, auxiliares de vida escolar, coordenação e direção da escola fizeram parte da iniciativa. A atividade contou com a exibição de vídeos, ilustrações impressas sobre as emoções, exercícios lúdicos de identificação e pareamento e de conversa sobre as sensações despertadas.

De acordo com o relatório de avaliação, “as crianças e adolescentes fizeram as atividades solicitadas com empolgação e alegria, demonstrando avanços na escrita e traçados dos desenhos e na dramatização. Além de compreenderem suas emoções e socializá-las”.

Mas, para o sucesso do trabalho, a participação dos pais foi fundamental. Sob a orientação da equipe da escola, eles, por exemplo, ajudavam os filhos a identificarem os sentimentos e pediam para eles reproduzirem as mesmas expressões.

Para a dona de casa Carmelita de Oliveira, mãe da aluna Maria Vitória, o projeto trouxe para sua filha uma compreensão melhor da situação que todos estão vivendo. “Quando veio esse projeto para Maria Vitória fazer comigo, eu percebi o quanto ela conseguiu se expressar. Ele fez com que ela desenvolvesse o que pensa através de gestos. E isso foi gratificante pra mim e pra ela”, avaliou.

A cozinheira Amanda Barros também comemora os resultados obtidos pelo seu filho Darlan. “É muito difícil para uma criança autista identificar certas emoções. E, através das atividades realizadas de forma lúdica e educativa sobre as emoções, conseguimos entender as expressões que cada emoção transmite. Isso foi muito prazeroso e tornou muito mais fácil o diálogo. Hoje, o Darlan olha e faz a carinha de feliz e fala que está feliz”, contou Amanda.