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Ministro do STF justifica censura antes da verificação de possível fake news

Ministro do STJ, Alexandre de Moraes
Foto : Carlos Moura/SCO/STF

Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), justificou hoje (22) sua decisão de censurar matérias da revista Crusoé e do site O Antagonista. As matérias faziam referência ao apelido de Dias Toffoli, presidente do Supremo, pela Odebrecht, e se basearam em documento entregue pela empreiteira à Lava Jato em Curitiba.

“Você não pode prejudicar a honra de uma pessoa quando há, como houve neste caso, uma nota oficial da Procuradoria-Geral da República, que dizia que não tinha conhecimento de nenhum documento (com uma citação a Dias Toffoli), como argumenta a publicação”, afirmou Moraes.

As reportagens censuradas tinham menção a Toffoli feita por email por Marcelo Odebrecht, empresário e delator, em 2007, quando Toffoli era chefe da Advocacia-Geral da União (AGU) do governo Lula. No email, Odebrecht pergunta a dois executivos da empreiteira: “Afinal vocês fecharam com o amigo do amigo de meu pai?”.

A revista Crusoé informou, no dia 11, que o documento da Odebrecht havia sido enviado à procuradora-geral da República, Raquel Dodge. Mas ao determinar a censura, Moraes afirmou que a PGR havia negado, ainda no dia 12, ter recebido o material citado pela revista. Por isso, para o ministro, a informação era falsa. Na verdade, o material foi enviado no início daquela noite à Procuradoria, em Brasília.//Metro1