Brasil Economia

Com nova gestão da Caixa, Nordeste leva apenas 2,2% dos empréstimos

Estadão/Broadcast apurou que a ordem para não contratar operações para os Estados e municípios da região veio do presidente do banco, Pedro Guimarães

Levantamento do Estadão/Broadcast com base nos números do próprio banco e do sistema do Tesouro Nacional apontam que a Caixa Econômica Federal reduziu a concessão de novos empréstimos para o Nordeste neste ano.

Até julho, foram autorizados pelo banco novos empréstimos no valor de R$ 4 bilhões para governadores e prefeitos de todo o país.

Para o Nordeste, foram fechadas menos de dez operações, que totalizam R$ 89 milhões, ou cerca de 2,2% do total. O volume computado até agora é muito menor do que em anos anteriores.

A região do país recebeu no ano passado R$ 1,3 bilhão, equivalente a 21,6% dos R$ 6 bilhões fechados pelo banco em operações para governos regionais.

O Estadão/Broadcast apurou com fontes do banco e da área econômica que a ordem para não contratar operações para os Estados e municípios do Nordeste veio do presidente Pedro Guimarães. Em anonimato, elas confirmam que ouviram a orientação em mais de uma ocasião.

Em nota, o banco afirmou que as contratações (novas concessões) apresentam “sazonalidade” e variação ano a ano, “dependendo ainda do número de pleitos recebidos bem como da aprovação dos ritos anteriormente relacionados”.

De acordo com a instituição financeira, entre R$ 2,8 bilhões desembolsados neste ano para Estados e municípios, R$ 706 milhões foram para o Nordeste, “número expressivo em âmbito nacional”.

Os desembolsos são diferentes das contratações e estão relacionados a contratos que foram firmados em anos anteriores. Segundo a reportagem, a Caixa não respondeu sobre os números de contratações neste ano.

Diferentemente do que diz o banco, a reportagem apurou que há uma fila de solicitações de empréstimos para a região Nordeste que não foram autorizados pela instituição, a exemplo de um financiamento de R$ 133 milhões para a prefeitura de São Luís (MA), para custear obras de infraestrutura. //Metro 1