Polícia Vitória da Conquista

Após acordo, Justiça volta atrás na tese da desocupação da UESB e IFBA

Delegado Emerson Fonseca. Foto: Blog do Rodrigo Ferraz.

Delegado Emerson Fonseca. Foto: Blog do Rodrigo Ferraz.

Os estudantes que ocupam o campus da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia e do Instituto Federal da Bahia (FBA) poderão manter o movimento mobilizado dentro desses espaços. Eles protestam contra a Proposta de Emenda Constitucional 241, apelidada de PEC do Fim do Mundo. Aprovada em segundo turno pelos deputados federais, a proposta do Governo Temer de congelar gastos para equilibrar as contas públicas segue para mais dois turnos de votação no Senado Federal.

O movimento estudantil de Vitória da Conquista se soma à mobilização nacional, que já ocupou mais de mil colégios e que repudia a medida do governo. Segundo os movimentos, o governo optou por vencer a crise “cortando na carne dos mais pobres” e mantendo os privilégios dos ricos. O delegado da Polícia Federal, Emerson Fonseca, em entrevista coletiva hoje, afirmou que os estudantes vão colaborar com o processo eleitoral, de maneira que não seria necessário desocupar os espaços onde protestam.

Segundo o delegado federal, depois de encontro com os estudantes agora pela manhã na UESB e no IFBA, os estudantes já haviam decidido por ser parceiros da Justiça Eleitoral. “Inclusive a gente convida a imprensa para acompanhar as eleições nesses locais para verificar que o movimento estudantil em nada é contrário a uma eleição democrática e livre. Isso pode servir de lição para aqueles que criticam os movimentos estudantil na medida em que eles podem, sim, ser organizados e reivindicar causas sem causar tumulto ou depredar patrimônio público, e num momento sensível como é o da eleição se tornarem parceiros da Polícia Federal”.

O delegado afirmou, ainda, que os estudantes não se comportarão partidariamente no momento da eleição, e não pedirão votos durante o processo. “Conversamos bastante isso com os universitários. Eles não devem escolher candidatos aqui no município e fazer divulgação disso no momento da eleição. Não há problema em relação à causa deles, mas divulgação de candidatos não será possível. Estão cientes dos direitos e deveres nesse momento. Mas haverá fiscalização dos fiscais dos partidos, da Justiça Eleitoral, os próprios mesários serão fiscais constantes”.