Bahia

Vendedora do acarajé rosa relata ameaças e diz que iguaria voltará a circular

A vendedora Adriana Ferreira, criadora da barca de acarajé e do polêmico quitute na cor rosa, conversou nesta sexta-feira (1º) com o apresentador José Eduardo, na Rádio Metropole. O trabalho da baiana, conhecida como Drica, ganhou repercussão nacional após ela colorir o acarajé em referência ao filme sobre a boneca Barbie, lançado em julho.

A iniciativa não foi bem recebida pelos internautas e antropólogos. À época, a Associação Nacional das Baianas de Acarajé (ABAM) se opôs e disse que a pintura não representa as tradições da venda do acarajé, considerada Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil, além do alimento ser comida sagrada e ritual no Candomblé.

Segundo Drica, a “inovação” foi feita apenas em prol do marketing, sem objetivo de comercializar ou fomentar qualquer tipo de desrespeito. Além disso, a vendedora revelou que os posicionamentos contrários à atitude, ultrapassaram as críticas e se transformaram em ameaças.

“A maioria das baianas de acarajé entram em confronto comigo por causa das minhas inovações. O acarajé rosa em momento nenhum eu fiz para querer atingir nenhuma classe ou religião, fiz para entrar no marketing como todas as empresas. Quando lançamos, nem tinha intenção de vender, apenas postar no Instagram […] Tive muitos ataques, ameaças na parte religiosa, que iriam me pegar, mas eu não acredito em nada disso, tenho Deus acima de tudo e jamais um Orixá vai fazer nada com quem não faz mal a ninguém”, disse à Rádio Metropole.

Apesar de ser alvo, Drica disse que a iguaria voltará a ser vendida no próximo mês, em homenagem ao Outubro Rosa, campanha internacional de conscientização para o controle e combate ao câncer de mama. “Falar aqui em primeira mão: outubro rosa, acarajé rosa volta”, disse.