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Superintendente do Incra na BA pede exoneração: ‘deixo o espaço livre’

om a exoneração, o ex-superintendente encerra seu terceiro ciclo na gestão do Instituto

om a exoneração, o ex-superintendente encerra seu terceiro ciclo na gestão do Instituto

Um dia após a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) ter sido ocupada por integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o superintendente do órgão, Luiz Gugé, foi exonerado do cargo a pedido próprio. A saída do gestor foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) nesta quinta-feira (9).

O MST ocupou a sede do Incra, com o propósito de combater o fim do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA)

O MST ocupou a sede do Incra, com o propósito de combater o fim do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA)

Por meio de nota, Gugé relata que deixa o órgão para que o atual governo, liderado pelo presidente em exercício Michel Temer, possa montar seu novo quadro técnico. “Nesse contexto político, considero a decisão prudente, pois deixo o espaço livre para que as forças políticas envolvidas no atual governo estejam à vontade para montar seu novo quadro técnico no Incra da Bahia”, ressalta.

Com a exoneração, o ex-superintendente encerra seu terceiro ciclo na gestão do Instituto, iniciado em 2013. Ele já comandou o Incra/BA por mais duas vezes em períodos anteriores. A partir de agora, passa a responder pelo órgão a superintendente substituta, Yeda Cyrne.

Sobre a ocupação do Incra por integrantes do MST, o órgão disse por meio de nota que a superintendente substituta se reunirá na tarde desta quinta-feira com lideranças do movimento. “O encontro objetiva receber a pauta de reivindicação do movimento e negociar a desocupação da superintendência e das unidades avançadas”, diz.

Ocupação
Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocupam a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, em Salvador, desde a manhã de quarta-feira (8). Além dos acampamentos na área externa do prédio, que está localizado no Centro Administrativo da Bahia (CAB), o grupo também ocupa o andar térreo do instituto. As atividades do órgão estão paralisadas.

Segundo Lucineia Durães, que integra a direção do movimento, a ocupação tem o propósito de combater o fim do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), a criminalização dos movimentos sociais e o governo do presidente em exercício, Michel Temer. O grupo também reivindica políticas de reforma agrária.

“Estamos aqui contra o fim do MDA, que é responsável, inclusive, por fazer os encaminhamentos dos processos de assentamento, assim como os outros processos que são desencadeados nos assentamentos. Então, a extinção do MDA deixa os trabalhadores e as trabalhadoras do campo em uma situação muito difícil. A criação do Ministério para cuidar dos trabalhadores da reforma agrária, dos quilombolas e dos indígenas foi o marco fundamental na nossa organização. A extinção disso representa o retrocesso”, afirma Lucineia Durães sobre o fim do MDA.

A integrante da direção do MST também relata que a ocupação é um protesto contra o governo do presidente em exercício, Michel Temer. “Nós não reconhecemos esse governo. Não legitimamos esse governo, por toda forma como foi conduzido o processo para que ele se tornasse presidente. Após isso, [protestamos] por toda política econômica que ele tem implementado”, destaca Lucineia Durães. Além de Salvador, integrantes do MST ocupam prédios do Incra em Itabuna e em Bom Jesus da Lapa.