Segundo Florisvaldo Bittencourt e Ricardo Marques, greve dos professores é questão política

POR GABRIEL OLIVEIRA

Os professores da Rede Municipal de Ensino de Vitória da Conquista permanecem em greve. Pelo menos foi isso o que foi decidido em assembleia realizada na tarde desta quinta-feira (08), no auditório do Centro Integrado Navarro de Brito. Após a assembleia, a categoria saiu em protesto pelas ruas da zona oeste de Conquista, fechando, ao fim da caminhada, a Av. Brumado, uma das vias mais movimentadas da cidade.

Os debates em relação à greve ficam cada vez mais acalorados. O vereador Florisvaldo Bittencourt (PT), líder do governo na Câmara, declarou que “falta fundamentação da denúncia do Simmp, ficando claro que o movimento é político-eleitoral, pois a presidente do Simmp é vice-presidente do PMDB, mesmo partido do radialista Herzem Gusmão, e tem como objetivo promover a candidatura a deputado do radialista sem projeto, mesmo que isso signifique sacrificar o ano letivo de 45 mil alunos”, disse. Em entrevista à nossa reportagem o vereador complementou dizendo que “o que se percebe hoje é que a diretoria do sindicato, que inclusive já foi multada pelo TRE pelo fato de ter se utilizado do sindicato para campanha eleitoral, tem promovido este movimento que é político, partidário e que a população tem acompanhado atentamente e visto que nem os próprios profissionais concordam com essa situação”.

O secretário municipal de educação, Ricardo Marques, afirmou que o direito de greve é um direito garantido por lei e que o município “sempre reconheceu isso”. “O que nós lamentamos é que a greve está indo para um caminho que a gente considera improdutivo porque não há mais motivação para isso pelo menos em relação àquilo que foi oficializado pelo sindicato como motivação do movimento, afinal o próprio sindicato concordou que não existe mais dúvidas na legalidade do valor da folha. A manutenção da greve pela nossa avaliação se torna mais questão de política que de qualquer outra coisa, afinal é um ano eleitoral de interesses diversos e não de interesse da categoria. A gente lamenta a situação porque, em momento algum, a prefeitura se fechou para o diálogo e o sindicato está se utilizando até de informações inverídicas para a manutenção da greve”, finalizou Marques.

“Não podemos compreender esse discurso do governo tentando descaracterizar a luta, porque enquanto cidadã tenho um partido político. É um discurso falacioso e desrespeitoso, na medida em que imagina que uma categoria de profissionais da educação com história de lutas é capaz de ser manipulado por quem quer que seja”, avaliou a presidente do SIMMP, Geanne Oliveira.

Foto 1: Blog do Fábio Sena