Produtos juninos atraem turistas e conquistenses

O principal motivo do casal de vendedores Ronaldo Souza, 32 anos, e Rosilene, 32, para a rápida viagem a Vitória da Conquista, nessa segunda-feira, 20, foi trazer o filho de três meses para passar por exames. Mas, após se desocuparem das obrigações médicas, eles foram à feira da Ceasa e saíram de lá com algumas sacolas.

“Viemos para ver a variedade de biscoitos”, disse Rosilene, que é de Ribeirão Preto, mas mora com o marido e o filho em Campinas. A compra incluiu “xiringa”(biscoito muito semelhante ao “avoador” conquistense) e bolachas do tipo “cozido-e-assado”.

A família está de férias na Bahia, no município de Condeúba. Foi a primeira vez que eles foram juntos à feira do Ceasa, mas já planejam voltar. “É bom, porque tem muitas opções de escolha”, pontuou Ronaldo, um baiano que mora há anos no interior de São Paulo.

Assim como o casal campineiro, milhares de pessoas passam diariamente pelos corredores da feira do Ceasa, em busca de alimentos. E muitos comerciantes concordam em dizer que essa frequência aumenta em períodos de São João.

Amendoim e ‘casadinhos’ – Selma Brito, 32, há seis no Ceasa, vende biscoitos doces, salgados e tradicionais. Segundo ela, as vendas dos de amendoim e dos “casadinhos” cresceram no período junino. “De dez dias para cá, a procura aumentou uns dez por cento”, avaliou.

Zenaide Silva, 49 anos de idade e 25 de feira, trabalha com biscoitos durante o ano inteiro. Em períodos de São João, acrescenta a seu cardápio os licores tradicionais de jenipapo, que ela revende, e os cremosos, que ela mesma prepara. Mas, se as bebidas atraem a atenção, os biscoitos não deixam de ser os principais chamarizes de clientes.

“Vem muita gente comprar a mais, aí as vendas aumentam um pouco. Os turistas também compram muito a mais. Aumenta uns trinta por cento”, explica Zenaide.

‘A procura aumenta’ – Não são apenas os biscoitos e licores que fazem com que os frequentadores do Ceasa se multipliquem durante o mês de junho. Afinal, a lista de guloseimas juninas é vasta, e os ingredientes utilizados para prepará-las estão lá. Por exemplo, o abacaxi e o gengibre, dois componentes do tradicional quentão.

O comerciante Eliomar Santos, 36, vende durante o ano inteiro, e informa que, durante os festejos juninos, a procura por esses dois produtos é cinco vezes maior. “Os mais conhecidos e tradicionais são o amendoim, o gengibre e o abacaxi. E também procuram muito o jenipapo. Este ano, ele não teve a produção como era esperada, então se tornou mais procurado ainda”, relatou o feirante.

A lista inclui também o maracujá, geralmente usado para fazer batidas. “A maioria das pessoas faz suas festinhas em casa, na zona rural e na cidade. Aí, a procura aumenta”, contou Eliomar.

‘Os mais procurados’ – Mas também há quem não veja no São João um motivo especial para comprar alimentos geralmente associados a essa festa. A pedagoga Adriana Bastos, 36, por exemplo, não exclui o milho e o amendoim de lista de feira em nenhuma época do ano. “Independentemente da época, eu sempre cozinho mingau, milho e amendoim. Eu, particularmente, sempre faço, principalmente o mingau para tomar no copo”, explicou.

Mesmo assim, a comerciante Maria das Graças Oliveira, 60, registra que esses três produtos têm, sim, seu auge de vendas durante o mês de junho. Essa constatação a leva a, por exemplo, concentrar –se neles durante o período, deixando de vender chuchu, tomate e outros legumes que, no restante do ano, estão sempre em sua barraca.

“Milho, gengibre, maracujá e amendoim são os produtos que o povo usa na semana do São João. Então, são os mais procurados. Tanto que eu, nesta época, só invisto neles”, disse.

Secom/PMVC