Vitória da Conquista

Produção de hortaliças em Lagoa das Flores recebe visita de ministro da Cidadania

O mercado de hortaliças vem ganhando cada vez mais espaço em Vitória da Conquista. A economia do município, que sempre se destacou no segmento agropecuário, tendo, durante décadas, a produção cafeeira como carro-chefe, seguida do comércio e da indústria, tem na produção de coentro, alface, salsa, cebola, cenoura, beterraba, entre outros, um setor diversificado e segmentado. A agricultura familiar é responsável por mais da metade dessa produção, que atende não apenas o município, mas também a região.

A diversidade e crescimento desse setor têm atraído diversos olhares. Na semana passada, o ministro da Cidadania, João Roma, visitou o Bairro Lagoa das Flores, maior produtor de hortaliças do município. O interesse de Roma foi conhecer o sistema de produção hidropônica do Sítio Novo Alvorecer, do produtor Adinilson Pereira, que também é vereador no município. Antes, o ex-deputado federal e ex-prefeito de Salvador, ACM Neto, já tinha visitado o local para conhecer essa forma de produção que tem revolucionado o setor.


A hidroponia é uma técnica ou ciência utilizada para cultivar plantas sem a presença de solo, transferindo os nutrientes que a planta necessita somente por meio de solução aquosa enriquecida, que dará subsídio para seu desenvolvimento. Essa água será uma solução balanceada, rica em nutrientes, com a presença de elementos como nitrogênio, fósforo, potássio, dentre outros, de acordo com cada espécie vegetal. Tem-se o controle rigoroso do pH e da concentração dos nutrientes para que o vegetal cresça nas melhores condições possíveis. A técnica também é adaptada conforme a região onde as plantas serão cultivadas em razão das diferenças climáticas, escassez de água ou falta de nutrientes.

Considerado um dos maiores produtores de hidroponia do município, Adinilson Pereira tem 12 estufas no sítio, com cerca de 8X60 cada uma, 8X57 e 8X52, chegando a quase seis mil metros quadrados de hidroponia. O produtor continua ampliando a produção e já está com um novo projeto para a implantação de mais oito estufas. Segundo ele, a produção atende a maioria dos mercados de Vitória da Conquista, Poções e Itapetinga. Com a ampliação, os municípios de Ilhéus e Itabuna também deverão ser atendidos. “A demanda cresceu muito e já estamos em fase de implantação de novas estufas para atender o mercado consumidor”, afirmou.

Entre as vantagens da produção hidropônica estão a ausência de agrotóxico e alta higiene. “É um produto que cria nas pessoas a expectativa de saúde. Nós estamos pensando em aumentar a nossa produção para abastecer a todos os mercados que têm nos procurado”, disse.

Outra vantagem da hidroponia para o produtor é a economia de mão de obra. A produção tradicional exige a molhação duas vezes ao dia, limpeza e outros cuidados. Já na hidroponia, o sistema é automatizado com temporizadores que marcam o tempo certo para que a água molhe a raiz da planta e o sistema volte a desligar, sem necessidade de funcionário. Além disso, a hidroponia tem um período menor de produção. Enquanto no solo chega a 30 dias, na hidroponia é entre 25 e 30 dias.

Pereira lembrou que no final de 2021, muitos produtores de Lagoa das Flores tiveram as plantações de hortaliças devastadas pelas chuvas. “Aqui, as pessoas que produzem as suas verduras no solo perderam tudo, algumas não tinham nada para vender. Nós que plantamos pelo sistema de hidroponia não tivemos problema, nós produzimos e colhemos em cerca de dois meses, 70 mil maços de coentro no período das chuvas. Como a produção é protegida com plástico, com filme, tivemos uma total segurança na nossa produção”, explicou.

O objetivo da visita do ministro João Roma foi conhecer o sistema produtivo para levar a ideia a outras regiões, e colocar programas do Governo Federal, por meio do Ministério da Cidadania, à disposição dos produtores, a exemplo do Programa Fomento Rural. “Fiquei impressionado com o sistema de produção hidropônica em Lagoa das Flores, algo que merece ser mostrado para que os produtores comecem a expandir os seus ideais produtivos”, concluiu o ministro João Roma.