Política Vitória da Conquista

Presidente do PT insinua que desalinho político de Alexandre Pereira deve ser com o grupo do qual o ex-petista faz parte

Rudival Maturano garante que não tinha conhecimento das insatisfações pessoais de Alexandre Pereira

Rudival Maturano garante que não tinha conhecimento das insatisfações pessoais de Alexandre Pereira

Por Bia Oliveira

O presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), em Vitória da Conquista, Rudival Maturano, comentou, na manhã desta quinta-feira (12), durante o lançamento do “Companhia do Desconto”, na Praça Ceus, o pedido de desfiliação do advogado e ex-vereador Alexandre Pereira ao PT, do qual era filiado desde 1999. A saída de Alexandre ainda repercute nos meios políticos de Vitória da Conquista, e provoca um questionamento acerca da “convivência” interna entre os partidários. A desfiliação foi informada por meio de carta, na qual o ex-petista reforça sua gratidão ao partido e enumera, sucintamente, os motivos de ter deixado a legenda. 

Em um dos trechos, Alexandre Pereira explica que “dedicou dezesseis anos às mais nobres causas políticas e populares, abraçando com afinco e lealdade ideológica as lutas em defesa da democracia e do fortalecimento das instituições políticas, mas principalmente em defesa de uma sociedade mais justa e igualitária, na qual o direito à efetiva participação popular ganhasse corpo no cotidiano das pessoas”.

Logo depois, informa que “com o passar do tempo, por força de equívocos cometidos na condução das políticas institucional e partidária – os quais já foram por mim reiteradamente manifestados internamente em algumas ocasiões – o dito “projeto político” foi perdendo algumas de suas características basilares, notadamente a construção solidária, a participação dos militantes e a democracia interna, o que resultou, mais recentemente, na completa asfixia do debate político interno. Com isto, o PT local perdeu substância, perdeu a sua própria essência”. E reforça que “o cenário ora traçado, aos poucos, acabou por ir minando minhas esperanças, me afastando do Partido. Isto porque sempre acreditei na construção de espaços de reflexão e de construção conjunta, tanto com militantes políticos quanto com os diversos atores sociais acerca do melhor modelo de desenvolvimento para Vitória da Conquista”.

Segundo Rudival Maturano, Alexandre Pereira nunca demonstrou insatisfações pessoais, mas o partido respeita a decisão. Ele acredita que “o desalinho” deve ser com o agrupamento do qual Pereira faz parte, ou seja, com os deputados até então apoiados pelo ex-petista, Zé Raimundo (estadual) e Waldenor Pereira (federal). “Talvez seja o momento de se procurar essas lideranças para saber o que houve, nós inclusive procuramos o Alexandre algumas vezes para dialogarmos sobre a corrida eleitoral para 2016, e ele não se fez presente em algumas reuniões, acredito que foi uma vontade pessoal dele. Ele veio do PDT, ficou conosco 16 anos, dando grande contribuição ao partido, e agora parte para uma nova filiação, dessa vez no PSB”.

Sucessão eleitoral

Sobre a corrida para a sucessão eleitoral, Rudival Maturano disse que há uma angústia interna dos próprios militantes do Partido dos Trabalhadores com relação a quem será o candidato a prefeito, e que as lideranças (Guilherme Menezes, Zé Raimundo e Waldenor Pereira) pouco têm debatido acerca do nome que irá para a disputa. “Nós já propiciamos vários debates e percebemos que há um receio deles em planejar a tática eleitoral, então, nós vamos seguir o nosso caminho pensando estrategicamente o PT, nós vamos partir para um cronograma proposto pelas executivas nacional e estadual do PT, alinhados com as administrações partidárias, para que até o início do próximo ano possamos rediscutir as eleições do ponto de vista programático, repensar a cidade, elaborar e propor um plano de governo interessante, porque o partido tem que ser trabalhado de forma ideológica e progressista, para que daí a gente possa escolher o nome do candidato”, concluiu.