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Pedido de prisão domiciliar para Ronaldinho e Assis é negado pela Justiça do Paraguai

Assunção – A Justiça do Paraguai negou o pedido de prisão domiciliar para Ronaldinho Gaúcho e seu irmão, Roberto de Assis Moreira, presos desde a noite de sexta-feira por documentos falsificados. Em audiência realizada na manhã desta terça-feira, no Palácio da Justiça de Assunção, o juiz Gustavo Amarilla manteve a dupla presa na Agrupácion Especializada da Policia Nacional, por uso de passaportes e documentos de identidades adulterados.

O magistrado alegou a falta de documentos necessários sobre a propriedade proposta como garantia pela defesa. Nenhum dos dois esteve no tribunal, apenas seus advogados no caso.

– A audiência se desenvolveu normalmente, harmoniosamente. As defesas expuseram a conveniência de que ambos os réus possam ser processados em liberdade, sem restrições. O Tribunal estabeleceu que a conduta provisória de ambos os réus é a utilização de um documento com conteúdo falso. O ato suspeito punível é pelo uso de um documento público com conteúdo falso. A medida preventiva da prisão é mantida na Associação Especializada. A justificativa é especialmente no que diz respeito ao fato de estarmos em uma causa com data de início inferior a uma semana – disse o juiz, segundo a rádio paraguaia “ABC Cardinal 730 AM”.

– Reconheço que o ato punível de usar um documento público poderia ter uma medida menos onerosa. Não se busca impedir a investigação tributária com vazamento ou obstrução. Existem inúmeros procedimentos que ainda precisam ser realizados com a presença física de Ronaldo e Roberto de Assis Moreira – assegurou o juiz.

O Ministério Público do Paraguai se opôs à medida de prisão domiciliar antes mesmo da decisão do magistrado e apresentou os argumentos na audiência desta terça-feira.

– O Ministério Público sustentou a sua posição de se opor à toda modificação à prisão preventiva. Se trata de uma investigação com atos que atentam contra a segurança de documentos de identidade do Paraguai. Faz cinco dias que começaram a investigação. Ainda se está estudando condutas individuais. Essas pessoas (Ronaldinho e Assis) não têm raízes – explicou o promotor Marcelo Pecci.

Suposta foto de Ronaldinho na prisão em Assunção

Suposta foto de Ronaldinho na prisão em Assunção Foto: Reprodução

A defesa entrou com pedido de prisão domiciliar e ofereceu como fiança um imóvel no valor de US$ 800 mil como fiança (cerca de R$ 3,7 milhões), que se trata de uma propriedade de um fiador solidário. A casa declarada para prisão domiciliar está localizada no bairro Itá Enramada, na cidade de Lambaré, a mesma onde foram apreendidos os passaportes adulterados de Ronaldinho e Assis.

Outros detidos

Por enquanto, também estão detidos os seguintes funcionários públicos: Jorge Rodrigo Villanueva Torales, Shirley Delvalle Enciso e Rosa Carolina Miranda, funcionárias da Dinac, e José Gustavo Molinas, de Migração. Dois deles permitiram a entrada de Wilmondes Souza Lira, empresário que acompanha Ronaldinho, e os outros dois facilitaram o acesso do ex-jogador de futebol e Roberto, todos com papéis fraudulentos.

Souza Lira também é detida e a Promotoria confirmou o mandado de prisão contra Dalia López, que levou Ronaldinho a participar do lançamento de um evento de solidariedade e teria sido um elo entre os gerentes que forneceram os documentos legalmente e depois os entregaram aos seus adulteração

María Isabel Galloso e Esperanza Apolonia Caballero também estão sob a custódia da Justiça, que teria tratado os documentos legalmente e depois os entregado para adulteração.

‘Está bem, sempre sorrindo’

Ex-astro do Brasil e do Barcelona, Ronaldinho está se adaptando rapidamente à vida em uma prisão do Paraguai, disse o chefe da instalação, Blas Vera, em entrevista à “Reuters” nesta segunda-feira. O diretor afirmou que os irmãos têm camas, uma televisão e um ventilador em sua cela na prisão situada nos arredores da capital Assunção.

“Em termos gerais, ele está indo muito bem. Vejo que ele está bem disposto, do jeito que você o vê na televisão, sempre sorrindo”, disse Vera.

Os irmãos usam um banheiro comunitário e têm direito de usar o pátio externo com frequência. Os advogados da dupla lhes têm proporcionado as refeições, e eles não comeram a comida oferecida pela prisão. A instalação de segurança máxima tem cerca de 195 detentos, entre eles políticos e policiais acusados de corrupção e traficantes de droga renomados.

Os prisioneiros mais perigosos estão em uma ala diferente da de Ronaldinho, explicou Vera, acrescentando que está trabalhando para que a estadia dos irmãos seja “tão confortável quanto possível”.

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