Paciente com hiperplasia prostática luta para conseguir cirurgia

Por Bia Oliveira

O drama vivenciado por pacientes que dependem do Sistema Único de Saúde (SUS), em Vitória da Conquista, é alarmante. O número de denúncias aumenta de forma assustadora, principalmente em algumas especialidades médicas, como a urologia, por exemplo. As pessoas que dependem de tratamento nessa área chegam a ficar mais de ano aguardando uma vaga.

Aos 63 anos, o mecânico Manoel Alves Oliveira, morador do Alto da Rua E, nº 29, Alto da Colina, sabe bem o que é peregrinar em busca de tratamento. Ele apresentou aumento do volume prostático, denominado de hiperplasia prostática, e há 11 meses usa sonda para urinar. “É muito constrangedor carregar essa bolsa para todos os lados e não posso fazer qualquer tipo de esforço, porque o local começa a sangrar”, disse.

Para resolver o problema, o mecânico precisa submeter-se a uma cirurgia, mas não conseguiu o procedimento pelo SUS em Conquista. Segundo ele, os exames ficaram cinco meses na Central de Marcação (Cemae) aguardando agendamento, sem sucesso. Preocupado, Manoel Alves pegou os papeis e foi a Salvador, onde procurou o Complexo Hospitalar Universitário Professor Edgar Santos, mas só conseguiu vaga para o dia 04 de dezembro de 2014. “É muito tempo, eu não posso trabalhar por causa desse problema, não recebo auxílio-doença e tenho três filhos, como vou poder aguardar tanto tempo?”, questionou.

Além da dificuldade financeira, o mecânico teme agravamento do problema, já que o laudo médico prognostica que a cirurgia deve ser realizada para evitar evolução natural para insuficiência renal crônica. “Em Conquista, o SUS não faz esse procedimento e particular custa R$ 5 mil. Já procurei o Ministério Público para tentar resolver essa questão, queria que o prefeito se sensibilizasse mais com a saúde, já que ele também é médico”, apelou.