Brasil Carnaval

Tijuca, Salgueiro e Viradouro são os destaques da primeira noite de desfiles

Unidos da Tijuca na Sapucaí Foto: Adeyemi Oliveira 04-03 / Agência O Globo.

Nem tanto à concentração, nem tanto à Apoteose. No primeiro dia de desfiles do Grupo Especial, escolas das quais se esperava muito, como a campeã Beija-Flor e a “mordida” Grande Rio, não justificaram a viagem da Baixada Fluminense ao Sambódromo, enquanto a recém-subida Viradouro brincou de ser gente grande e as representantes da Grande Tijuca confirmaram o DNA carnavalesco da região.

A noite começou com o Império Serrano, em sua eterna luta pela permanência no Grupo Especial. No que depender das duas inovações apresentadas, a escola fica no equilíbrio: “O que é, o que é?”, um samba de Gonzaguinha levado à avenida como samba-enredo, em um movimento inédito no Grupo Especial, teve boa aceitação do público e foi cantado com fervor pela escola. Já a ideia de levar o casal de mestre-sala e porta-bandeira para o alto de um tablado se mostrou desastrosa: Verônica Lima ficou com a saia presa e teve que lutar contra o vento, enquanto Diogo Jesus se esforçava para dançar naturalmente. Já a versão enredo de “O que é, o que é”, do carnavalesco Paulo Menezes, teve algumas boas ideias e bom gosto em geral, mas o orçamento da escola parece ser muito menor do que o das coirmãs. O Império fica na torcida por um milagre.

Império Serrano inova com canção de Gonzaguinha e mestre-sala e porta-bandeira em cima de plataforma

A outra escola que supostamente lutaria para não cair não precisa se preocupar, e pode até sonhar com o sábado das Campeãs. A Viradouro veio de Paulo Barros — que voltou à escola de Niterói depois de onze anos — e, ao contrário da maioria das concorrentes, sem aparentes problemas de dinheiro. Juntou, então, uma cabeça povoada pela Disney com um orçamento hollywoodiano. “Viraviradouro” — qual era o enredo mesmo? Não importa — levou Bela, Fera, Jack Sparrow, bruxas voando, mortos-vivos e as paulobarrices de sempre, com mais pitadas de carnaval. O samba não ajudou, mas mesmo assim dá pra sonhar. Não custa nada.

 

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