Brasil Luto

Morte da ex-primeira-dama Marisa Letícia Lula da Silva

Marisa Letícia sofreu um AVC e estava internada desde o dia 24 de janeiro

A ex-primeira-dama Marisa Letícia Lula da Silva teve a morte cerebral confirmada nesta quinta-feira, 2. O cardiologista Roberto Kalil Filho, que atende a mulher do ex-presidente Lula, já tinha dito que o quadro dela era “irreversível”.

De acordo com o hospital, foi iniciado os procedimentos para doações dos órgãos.

O ex-presidente Lula usou as redes sociais para confirmar a informação e “agradecer as manifestações de carinho e solidariedade”. Ainda, em homenagem a Dona Marisa, mudou a foto do perfil.

A deputada Benedita da Silva (PT-RJ) anunciou o falecimento da ex-primeira-dama no plenário da Câmara, pedindo um minuto de silêncio. Em seguida, Miro Teixeira (Rede-RJ) pediu que fosse aprovada uma moção de condolência ao ex-presidente.

AVC

Marisa Letícia foi hospitalizada no último dia 24 de janeiro em decorrência de um AVC (Acidente Vascular Cerebral) hemorrágico. Ela passou mal em casa e foi levada para o hospital, onde recebeu os primeiros atendimentos. Em seguida, foi transferida para o Hospital Sírio Sírio Libanês, em São Paulo.

Ela teve o coma induzido, mas os médicos retiraram os sedativos após uma melhora no seu quadro clínico. Contudo, o estado dela piorou e eles voltaram a sedar a ex-primeira-dama.

O AVC foi provocado por um aneurisma, que já tinha sido diagnosticado, mas rompeu.

Mulher discreta

Marisa Letícia Lula da Silva, nasceu em São Bernardo do Campo (SP), em 1950, sob o nome de Marisa Letícia Casa. Figura discreta ao lado do marido, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Marisa começou a trabalhar aos nove anos, como babá na casa de um sobrinho do pintor Cândido Portinari. Cresceu em uma família de onze irmãos e casou-se aos 19 anos com o taxista Marcos Cláudio da Silva. Três meses depois e grávida do primeiro filho, Marisa viu-se viúva após Marcos Cláudio ser assassinado durante um assalto.

Em 1973 conheceu Lula no Sindicato dos Metalúrgicos. Sete meses após se conhecerem, casaram. Com Lula, teve três filhos. Também compõem a família Marcos, filho do primeiro marido, e a enteada Lurian, filha de outro relacionamento de Lula. Marisa esteve ao lado de Lula durante sua ascensão política, desde os tempos de sindicato, passando pela fundação do PT – que ajudou a criar – até a presidência da República, em 2003.

Marisa foi condecorada, em 2003, com a Grã-Cruz da Ordem do Mérito Real, concedida pelo rei Haroldo V e a rainha Sônia da Noruega, durante a visita ao Brasil. Também foi condecorada por Portugal com a Ordem da Liberdade, também em 2003, e a Ordem Militar de Cristo, em 2008.

Durante os anos no Palácio da Alvorada, Marisa não encabeçou projetos sociais, função comum às primeiras-damas anteriores, e deixava os holofotes para o marido. Mas durante as corridas presidenciais participava, junto com ele, de comícios, passeatas e outros compromissos de campanha. Em 2011, incentivou Lula a realizar os exames que descobriram um câncer na laringe. Foi Marisa que cortou os cabelos e a barba do marido, antecipando os efeitos da quimioterapia.

Em 2016, a ex-primeira dama viu seu nome envolvido nas investigações da Operação Lava Jato. Tornou-se ré nas investigações após a Justiça acatar a denúncia do Ministério Público Federal contra ela e Lula no caso do triplex no Guarujá (SP). Mesmo aceitando a denúncia, o juiz Sérgio Moro “lamentou” as acusações envolvendo Marisa Letícia. Segundo o juiz, há dúvidas se a esposa de Lula tinha conhecimento dos supostos crimes envolvendo acertos de propina no esquema da Petrobras.