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Ministério descarta irregularidade em carnes processadas em Itapetinga

Operação da PF identificou carnes vencidas e produção irregular no Brasil (Foto: A Tarde)

O Ministério da Agricultura começa a recolher a partir de domingo, 19, a carne estragada dos três frigoríficos do sul onde a fraude foi confirmada pela Operação Carne Fraca deflagrada pela Polícia Federal na última sexta-feira. Mas na Bahia não há indícios de que os produtos processados pelas duas unidades das JBS no estado – em Itapetinga e São Gonçalo dos Campos – estejam fora do padrão para consumo.

A operação já prendeu executivos dos grupos JBS (de marcas como Friboi, Swift e Seara) e BRF (Sadia e Perdigão) no Distrito Federal e em seis estados, entre os quais Paraná, Santa Catarina e Goiás.

Segundo informou neste sábado, 18, ao A Tarde, o chefe da Divisão de Defesa Agropecuária da Superintendência Federal da Agricultura na Bahia, Altair Santana de Oliveira, as duas empresas baianas da JBS são de padrão de excelência e nível tecnológico muito avançado. Ele assegurou que as inspeções feitas pelo órgão nestas unidades mostram que não há irregularidades como as reveladas na operação da PF.

“A Polícia Federal passou dois anos investigando as fraudes nos frigoríficos em vários estados. Imagino que os da Bahia também tenham sido alvo de investigação, mas não foram citados”, disse Oliveira, acrescentando não ter recebido, até o momento, nenhuma orientação do Ministério sobre recolhimento de produtos.

Em São Gonçalo do Campo, a JBS produz salsicha e mortadela e frango inteiro e cortes da marca Seara. Em Itapetinga, o frígorifico processa carne bovina desossada e embalada à vácuo.

A empresa fornece basicamente para o Nordeste e exporta para o mercado asiático. Em 2016, a companhia teve um lucro no País de R$ 376 milhões, queda de 91,9% frente ao ano anterior (R4 4,64 bilhões).

Prisão

O diretor de Relações Institucionais da BRF, Roney Nogueira, um dos acusados da operação Carne Fraca da Polícia Federal, foi preso na madrugada de sábado, ao desembarcar no aeroporto de Guarulhos (SP). Ele estava na Europa, quando teve o mandado de prisão expedido na sexta-feira.

A informação foi confirmada pela BRF que disse, por meio de sua assessoria, que ele se apresentou espontaneamente para prestar esclarecimento às autoridades em São Paulo.

Segundo o despacho da Justiça, divulgado na sexta, Nogueira teria negociado a liberação ilegal de carne de frango com salmonela juntamente com fiscais do Ministério da Agricultura.

A denúncia traz reproduções de conversas telefônicas do executivo e aponta que ele estaria envolvido no esquema de fraude de documentos e adulteração de carne, como uma ponte entre empresa e governo federal.

Ainda de acordo com a investigação, Nogueira teria usado sua influência junto aos fiscais para habilitar uma das unidades da empresa a exportar carne de peru para Malásia – o Brasil conquistou a habilitação para exportar carne de peru para o país asiático em junho de 2011.

Fonte: A Tarde