Política

Militares não respaldam Bolsonaro sobre golpe militar, diz Otto Alencar

O senador Otto Alencar (PSD-BA) afirmou que a ala militar que faz parte do governo e está na cadeia de comando das Forças Armadas não defende a ideia do presidente de Jair Bolsonaro (Sem partido) de dar chance a um golpe militar no país. Em entrevista à Rádio Metrópole hoje (20), o parlamentar comentou a participação de Bolsonaro em manifestações que pediam um AI-5, reeditando o decreto realizado em 1968 que inaugurou o período mais sombrio da Ditadura Militar. Para Otto, o presidente quer buscar uma “saída honrosa” para justificar a falta de comando e de cumprimento de metas.

“Todo governo quando assume, seja estadual ou federal, o presidente da República estabelece metas para cumprir. Juscelino estabeleceu que eriam 50 anos em 5 anos. Todos estabelecem. O governo Bolsonaro não tem meta ou projetos. São um ano e três meses de crises, todas elas criadas pelo próprio presidente ou pelos filhos do presidente. Bolsonaro viu um ponto em que viu a inviabilidade que não tem condições de governar o país e reconhece isso, um país tão importante e maravilhoso como o nosso”, disse Otto.

Para o senador, Bolsonaro deu sinais de fraqueza na manifestação. Otto declarou que nem os militares apoiam as iniciativas do presidente da República. “Ele faz uma movimentação só com seus seguidores. Ontem foi uma demonstração de fraqueza. Quando ele vai incitar a população e dá condição velada de um golpe militar, ele está sabendo que ele, capitão do Exército que é, que se tiver um golpe, não será ele o presidente do país e sim um general. É o principal sintoma de fraqueza. Eu tenho conversado com os militares em Brasília e aqui também, os militares não respaldam a posição dele”, contou.

“As Forças Armadas não são instituições de governo e sim de Estado, está na Constituição. Ele não pode achar que ele vai, com o ato dele, levar a Aeronáutica, a Marinha e o Exército a promover um golpe militar, sobretudo nessa situação que estamos vivendo. Imagine a desorganização de um país com um golpe o que seria do povo brasileiro. E pior de tudo, a insanidade de alguns poucos brasileiros ainda apoia isso, numa situação de desemprego, crise econômica, vírus e sem geração de emprego. Ele cita uma parte de seus seguidores para um golpe militar. É tanta insanidade”, acrescentou.

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