Bahia Política

Lula põe Rui Costa como opção para 2022 durante evento em Salvador

O ex-presidente Lula apresentou o governador Rui Costa (PT) como opção do partido para ser candidato a presidente em 2022

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pôs, ontem, o governador da Bahia, Rui Costa (PT), como uma opção do partido para ser candidato ao Palácio do Planalto em 2022. Lula participou de uma reunião da Executiva nacional da sigla que aconteceu no Wish Hotel da Bahia em Salvador. Foi o primeiro evento dele na capital baiana após deixar a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba.

“Não (vão) conseguir tirar o PT da disputa eleitoral deste país, com Lula ou sem Lula. Eu posso subir a rampa em 2022 levando o (ex-prefeito de São Paulo, Fernando) Haddad, levando o Rui (Costa), levando os outros companheiros do PT. Mas o PT tem que ter em conta que o partido só cresce quando disputa. O PT não nasceu para ser um partido de apoio. O PT pode circunstancialmente não ter candidato em uma cidade. Pode não ter circunstancialmente um candidato no estado. Pode eventualmente não ter um candidato a presidente da República. Mas é preciso muita coisa para superar o PT”, declarou, em discurso. “O PT tem que estar mais disposto a brigar. (…) Sabe quem polariza? Quem disputa o título. O PT polarizou em 89, 94, 98, 2002, 2006, 2010, 2014, 2018. E vai polarizar em 2022”, acrescentou.

Lula lembrou, ainda, que defendia o nome do ex-presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, para disputar o governo da Bahia em 2014, mas disse que o hoje senador Jaques Wagner (PT) lhe “deu um chapéu”. “Ele disse: ‘Lula, eu tenho um secretário lá que trabalha para cacete, que conhece toda a Bahia. Acho que não vai dar para o Gabrielli, não’. Como é que eu vou brigar se ele conhece o cara, escolheu o cara e disse que o cara era a Dilma dele, eu vou falar o quê?”, contou. Lula também admitiu que queria ver Wagner como seu candidato a presidente da República 2018 “Queria que ele fosse o meu candidato a presidente, ele não quis. O Haddad cumpriu uma tarefa extraordinária e nós descobrimos mais uma grande liderança no PT”, afirmou. O ex-presidente chegou à capital baiana anteontem à noite e se reuniu com Rui Costa e os governadores do PT, Fátima Bezerra (Rio Grande do Norte) e Wellington Dias (Piauí), no Palácio de Ondina. Além deles, o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, o senador Jaques Wagner e a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann. O ex-presidente justificou a decisão de o PT não apoiar Ciro Gomes (PDT) na corrida presidencial do ano passado. “O Ciro foi leal comigo no governo. Tive uma boa relação com o Ciro. Não tem problema. Agora, dizer que o PT deveria saído para apoiar ele… meu Deus do céu, você acha que o Bahia vai jogar com o Vitória e o Bahia vai amolecer para o Vitória? Não podemos aceitar a ideia que tentam nos diminuir. Nós somos o único partido que tem um legado defensável. Vocês que tratem de trabalhar o legado na Bahia”, salientou.

O ex-presidente se mostrou contra o PT fazer autocrítica. “Você já ouviu alguém pedir para Fernando Henrique Cardoso fazer autocrítica? Para Bolsonaro fazer autocrítica? É só ao PT”, declarou. E enalteceu sua sigla: “Será que os petistas têm consciência que nós conseguimos criar o mais importante partido de esquerda da América Latina? Não existe no mundo nenhum partido similar ao PT”, acrescentou. Também agradeceu a militância. “Eu aprendi a gostar de vocês mais na cadeia, porque não esperava tanto carinho. Eu não esperava tanta solidariedade”, salientou. //Tribuna da Bahia