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Estudantes de medicina do ES são suspensos por divulgarem exame de colega com HIV

Hospital Universitário Cassiano Antonio de Moraes (Hucam), no Espírito Santo Foto: Reprodução

Dois estudantes de medicina foram suspensos da Universidade Federal do Espíriro Santo (Ufes) após divulgarem um exame de uma colega de curso diagnosticado com HIV em 2017. Eles eram estagiários no Hospital Universitário Cassiano Antonio de Moraes (Hucam) no ano passado quando tiveram acesso ao documento confidencial. O Ministério Público do estado investiga o caso.

A Universidade informou que a decisão foi tomada por uma Comissão de Inquérito Administrativo Disciplinar (CIAD) composta de quatro professores de diferentes áreas e um estudante, instalada para apurar a conduta dos universitários. Inicialmente, o grupo considerou expulsar os dois alunos, mas acabou optando pelo afastamento de um por 60 dias e outro por três meses.

A Ufes informou que dois atenuantes foram considerados para tomar a decisão. O primeiro foi o fato de esta ter sido a primeira vez que os alunos infringiram o regimento da instituição. O regulamento aponta que esse elemento deve ser considerado no momento de fixar a penalidade. Além disso, os estudantes estão no 12º período do curso, com previsão de formatura para dezembro de 2019 ou janeiro de 2020. Assim, a comissão “ponderou que houve um alto investimento de recursos públicos na formação desses alunos ao longo de quase seis anos” e optou pela suspensão. Os estudantes vão perder um semestre do curso por extrapolarem o limite mínimo de faltas.

Em nota, o Hucam esclarece que o sistema de gestão de dados pelo qual os estudantes tiveram acesso ao exame foi desativado em 2018. Atualmente, o meio utilizado para esse tipo de consulta é o Aplicativo para Gestão dos Hospitais Universitários Federais (AGHU), que só permite login individual, com acesso compatível com a função exercida por determinado profissional.

“O Hucam ressalta que colaborou com a resolução do caso e que segue as legislações vigentes. A unidade preza pelo sigilo de informações de seus pacientes, destacando que todo acesso ao sistema pode ter sua responsabilidade apurada”, informou a unidade de saúde.