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Empresário é preso após confessar matar jogador Daniel: “Ele tentou estuprar minha esposa”

Empresário afirmou que matou Daniel porque o flagrou tentando estuprar a mulher do acusado

O suspeito de matar o ex-jogador do Coritiba Daniel foi preso na manhã desta quinta-feira (1º) em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. A filha e a esposa do empresário, de 38 anos, também foram presas.

“Trata-se de um pai de família que se viu na contingência de ter que reagir a um estupro que estava ocorrendo conta a mulher dele. A mulher gritou por socorro. Ele arrombou a porta, e esse indivíduo estava em cima da mulher dele tentando estuprar essa mulher”, afirmou o advogado Cláudio Delladone, que defende o suspeito Edson Brittes Júnior e a esposa.

A prisão do suspeito ocorreu na casa onde ele mora. De acordo com o advogado, a prisão é temporária.

O crime

Edson afirmou que matou Daniel porque o flagrou tentando estuprar sua mulher. Três amigos da família também são investigados por suposta participação no crime.

Na noite do crime, Edson e a família estavam na festa de 18 anos da filha, em uma casa noturna de Curitiba. Depois, Allana convidou um grupo de 8 amigos para seguir a comemoração em sua casa. Daniel estava entre os que foram com a jovem. A mãe de Allana, Cristina, não se sentia bem e resolveu se deitar para dormir enquanto a festa seguia na casa.

“E de repente, uns 40 minutos que eles tinham chego, eu escuto gritos. ‘Socorro, socorro, socorro’. Quando cheguei no meu quarto, fui forçar a porta, a porta fechada. ‘Meu Deus, a Cris não fecha a porta’. Peguei e dei uma ombrada, arrombei a porta. Quando eu me deparo, Daniel está em cima dela, tentando estuprar a minha mulher. Eu saí de mim. Fiquei desesperado”, afirmou Edson em entrevista à Globo.

Edson confessa que agrediu Daniel por cerca de cinco minutos com ajuda de amigos e depois colocou a vítima no porta-malas do carro, sem saber se ele ainda estava acordado. Questionado se assassinou o jovem, ele afirma que sim, usando uma faca – o corpo do jogador tinha sinais de tortura e marcas de faca no corpo. “Eu não pensava em nada. Eu tinha uma faca no carro, uma faca pequena, que eu usava no carro, que fica junto com as ferramentas no porta-malas. Eu não sabia que eu ia fazer aquilo, eu estava desesperado, fora de mim. Olhei no porta-malas e vi o que tinha”, afirma. Ele diz que os amigos tentaram impedi-lo de cometer o crime, mas ele estava muito alterado.

Uma testemunha que também estava na festa relembrou o que viu: “O rapaz que veio a óbito estava apanhando muito. No que tiraram ele do quarto, jogaram ele pra fora da garagem e aí continuaram a espancar ele”.

Em mensagens trocadas com amigos, Daniel contou que estava em uma balada e que seguiu para a casa de uma menina depois. “Posso dormir aqui, tem várias ‘mina’ espalhada”, diz uma das mensagens de Daniel.

Ele enviou a um colega uma foto de Cristina Brittes dormindo. O amigo pergunta se ele faria sexo com a mulher e Daniel diz que sim. O amigo então quer saber se ele faria com Cristina acordada ou dormindo, mas não houve mais resposta. Essa foi uma das últimas interações de Daniel antes de ser morto.

O advogado de Edson afirma que ele cometeu o crime sob a forte emoção de ver a mulher ser assediada. “Trata-se de um pai de família que se viu na contingência de ter que reagir a um estupro que estava ocorrendo conta a mulher dele.

A mulher gritou por socorro. Ele arrombou a porta, e esse indivíduo estava em cima da mulher dele tentando estuprar essa mulher”, diz Cláudio Delladone. “Um homem que não demonstra nenhuma periculosidade, mas que agiu impelido por um motivo de relevante valor moral, social e sob domínio de violenta emoção”, acrescenta.

O corpo do jogador Daniel foi encontrado no último sábado, em uma plantação de pinos, em São José dos Pinhais. O local é famoso ponto de desova de corpos da região. Além dos sinais de tortura e dos ferimentos por faca na região do pescoço, ele teve o pênis decepado. O corpo do atleta foi sepultado ontem, em Conselheiro Lafaiete, Minas Gerais, onde mora sua família. //Blog do Rodrigo Ferraz