Brasil

Em áudio vazado, líder do PSL chama Bolsonaro de ‘vagabundo’ e diz que vai ‘implodir o presidente’

Delegado Waldir, deputado do PSL Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados

Em uma gravação vazada, o líder do PSL, Delegado Waldir (GO), diz que poderia “implodir” o presidente Jair Bolsonaro, a quem se refere como “vagabundo”. Waldir é aliado de Luciano Bivar, presidente do partido. O áudio veio a público nesta quinta-feira.

O áudio foi publicado pelo site R7 e foi gravado enquanto deputados discutiam a investida do presidente Jair Bolsonaro para emplacar seu filho, Eduardo, como líder do partido na Câmara, destituindo Waldir. Na quarta-feira, o presidente ligou para diversos deputados para convencê-los a assinar um documento para tirar Waldir e colocar Eduardo.

Na conversa em que discutia com seus aliados como reagir à tentativa de derrubá-lo, Waldir fala em implodir Bolsonaro. O contexto eram áudios do presidente defendendo que deputados assinassem uma lista para destituir Waldir.

— Eu vou implodir o presidente. Aí eu mostro a gravação dele. Eu tenho a gravação. Não tem conversa. Não tem conversa. Eu implodo o presidente — diz Waldir.

Ele se queixa também de que foi leal ao presidente e o chama de “vagabundo”.

— Eu sou o cara mais fiel a esse vagabundo. Eu andei no sol em 245 cidades gritando o nome desse vagabundo.

Durante a conversa, deputados se queixam do tratamento que o presidente dá a eles (um diz que Bolsonaro “caga na nossa cabeça”) e se queixam de terem sido “assediados” pelo Planalto para retirar Waldir da liderança.

Apesar da tentativa de destituir Waldir, a Câmara dos Deputados não reconheceu as assinaturas no requerimento protocolado pelos bolsonaristas. Ele segue, portanto, como líder do partido na Casa. O partido vem retaliando a dissidência dos bolsonaristas nos últimos dias, tomando deles cargos no Legislativo.

Nesta quarta-feira, o site da revista Época divulgou um áudio de Bolsonaro pedindo assinatura para tentar derrubar Waldir.

— Estamos com 26, falta uma assinatura para a gente tirar o líder, e colocar o outro. A gente acerta. Entrando o outro agora, dezembro tem eleições para o futuro líder. A maneira como tá, que poder tem na mão atualmente o presidente, o líder aí? O poder de indicar pessoas, de arranjar cargos no partido, promessa para fundo eleitoral por ocasião das eleições, é isso que os caras têm. Mas você sabe que o humor desses caras de uma hora para a outra muda – afirmou Bolsonaro a um interlocutor desconhecido.

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