Bahia Rodovias

Cresce número de mortes nas estradas federais baianas após cinco anos de queda

Motoristas acreditam que a falta de fiscalização contribui para comportamento inadequados no trânsito que levam ao aumento do número de acidentes

O número de acidentes nas rodovias federais que cortam a Bahia teve um aumento no mês de julho de 2017, após cinco anos seguidos de queda. É o que mostra um estudo da Polícia Rodoviária Federal (PRF), divulgado nesta sexta-feira (4).

No último mês, 62 pessoas morreram nas estradas baianas, 17 a mais que o registrado no mesmo período de 2016, quando foram contabilizadas 45 mortes. Em julho de 2015, o número de mortes ficou em 48 e, em 2014, foi de 51. Em 2013, último ano em que houve aumento dos registros, foram contabilizadas 52 mortes.

De acordo com a PRF, batidas frontais foram o tipo de acidente que mais contribuiu para o aumento do número de mortes em 2017. Em julho, foram 36 acidentes dessa forma, que deixaram 24 pessoas mortas. Muitos desses acidentes, segundo o órgão, estão relacionados a ultrapassagens irregulares.

O consumo de bebidas alcoólicas, o excesso de velocidade e o número exagerado de passageiros nos veículos também foram algumas das infrações mais registradas.

Para a PRF, ainda é cedo para creditar o aumento do número de acidentes à diminuição da fiscalização por causa da redução de 46% no orçamento da corporação, desde o dia 6 de julho. A suspensão de operações em épocas de festas, a redução de rondas e o cancelamento de resgates aéreos estão entre as medidas tomadas pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), na Bahia, para redução de gastos anunciada pela corporação.

“É importante destacar que a Polícia Rodoviária Federal continua fiscalizando, continua presenta nas rodovias, porém com a amplitude reduzida, sem os grandes deslocamentos e sem cobrir as grandes áreas que nós fazíamos. Continuaremos fazendo esse trabalho, e a gente pede ao condutor que tenha cuidado, que sempre preste atenção na legislação de trânsito, que tenha respeito, para evitar que esses números continuem a crescer “, destaca o policial rodoviário Rafael Freire.

Para os motoristas, no entanto, a falta de fiscalização contribui para comportamento inadequados no trânsito que levam ao aumento do número de acidentes. “Sem a polícia rodoviária fiscalizando as rodovias, os motoristas tendem a se exceder mais no limite da velocidade e acabam causando mais acidentes”, destaca o advogado Igor Falcão.

Redução operacional

A PRF diz que os cortes de serviços decorrem de um contingenciamento de verbas decretado pelo governo federal em março deste ano, e que busca diminuir o prejuízo no atendimento de ocorrências emergenciais.

De acordo com a PRF, apesar da redução do operacional, não houve demissão de nenhum dos cerca de 600 agentes rodoviários em atividade na Bahia. Além disso, segundo a PRF, os 23 postos de atendimento do estado continuam com funcionamento normal, com atendimento 24h.

Os postos da PRF na Bahia ficam localizados nas cidades de Alagoinhas, Jequié, Barreiras, Milagres, Camacan, Paulo Afonso, Capim Grosso, Poções, Ribeiro do Pombal, Eunápolis, Santo Antônio de Jesus, Feira de Santana, Seabra, Gandu, Senhor do Bonfim, Humildes, Simões Filho, Ibotirama, Teixeira de Freitas, Itaberaba, Vitória da Conquista, Itabuna e na Divisa do estado com Minas Gerais.

Conforme a PRF, a redução no número de rondas foi decidida para diminuir o gasto com gasolina. Com isso, o uso das viaturas fica restrito à verificação e ao atendimento de emergências ocorridas nas estradas federais que passam pela Bahia. // G1 Bahia