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Brasil Saúde

Cresce movimento dos médicos em abandonar planos de saúde

A Tarde

Os baixos valores pagos por planos de saúde aos médicos  por consultas e procedimentos estão resultando numa migração destes profissionais das operadoras de saúde para o atendimento particular.

Não há um número oficial sobre esta migração, mas dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS)  apontam que a quantidade de consultas realizadas por planos de saúde   caiu 8,5% entre 2011 e 2012.  Já o número de beneficiários  aumentou de 47,9 milhões para 48,5 milhões no mesmo período. Presidente do Sindicato dos Médicos da Bahia (Sindimed), Francisco Magalhães confirma a tendência de descredenciamento. Segundo ele, “não compensa montar consultório e estrutura para receber um valor irrisório”.

Podendo variar entre uma operadora e outra, o valor pago  pelos planos de saúde por uma consulta fica entre R$ 30 e R$ 100. Entidades médicas, no entanto, afirmam que a tabela dos planos não segue os valores determinados  pela categoria. Por outro lado, em consultórios particulares, especialistas chegam a cobrar entre R$ 100 e R$ 800 por uma consulta.

O descredenciamento de médicos afeta usuários que já pagam mensalidades de planos de saúde, muitas vezes caras, e acabam tendo dificuldade  de continuar a ser atendidos por profissionais de sua confiança. Foi o caso da administradora Virgínia Barros. Ela foi paciente por cinco anos de uma endocrinologista que se descredenciou recentemente do plano SulAmérica. O  valor da consulta particular, R$ 200, impediu que ela continuasse o tratamento com a mesma profissional. “Já pago R$ 600 por um plano e ainda teria de pagar por fora para continuar com a médica, sabendo que não vou ser reembolsada completamente. Tive que procurar outra”, conta.

Prazos

Em casos de descredenciamento de unidades de saúde, como hospitais e laboratórios, o consumidor deve ser avisado individualmente com até 30 dias de antecedência, afirma o  Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec). “O Idec considera o descredenciamento como uma alteração unilateral de contrato”, afirma a advogada do instituto, Joana Cruz.  “A rede credenciada faz parte do serviço contratado. O consumidor  contratou o plano, muitas vezes, por causa  da cobertura daquele hospital que é referência em um determinado tratamento”, completa.

Quando  paciente está no meio de um tratamento ou internação, é obrigação da operadora cobrir o valor  do tratamento. “O consumidor tem o direito de exigir que o tratamento seja custeado até a alta”, afirma a especialista do Idec. ANS  não determina a quantidade de profissionais que as  operadoras devem manter em sua rede credenciada, apenas dá prazos para que as consultas e exames sejam realizados: sete dias para consultas básicas e 21 dias para especialistas.

Sem números

Procurados por A TARDE, os cinco maiores planos de saúde na Bahia em número de beneficiários, Bradesco Saúde, Hapvida, Promédica, Sul-América e Amil, não informaram números da variação de médicos credenciados. Já  a Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde) afirmou, em nota,  não ter  registro de desligamento de médicos em série que justifique a tendência.