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Coronavírus: preço do álcool em gel chega a dobrar em algumas lojas e Procon reforça fiscalização

O aumento na procura por álcool em gel por conta da pandemia do novo coronavírus fez o preço do produto disparar em alguns comércios na região de Campinas (SP). Em uma loja de Valinhos (SP), por exemplo, o produto já é vendido pelo dobro: de R$ 10 para R$ 19,90.

Cidade que registrou o primeiro caso confirmado de Covid-19 na região, Campinas tem feito um cerco ao reajuste do produto. O Procon informa que reforçou a fiscalização.A ação visa cumprir o artigo 39 do Código de Defesa do Consumidor (CDC), que proíbe ao fornecedor elevar o preço de produtos sem justa causa. Sabia mais abaixo.

Apesar do reajuste, o preço, por enquanto, não tem assustado os consumidores. Há lojas com filas de espera pelo produto e quem tem em estoque vende com facilidade.

“A quantidade de álcool em gel que nós vendemos em três dias seria vendida em três anos”, diz Rodrigo Campoli Pinto.

“Vou levar um frasco mesmo com o preço elevado porque, além de ter um filho, penso no avô e no bisavô dela. Nesses casos, não tem jeito, a gente tem que se precaver”, justifica Bárbara Rocha.

Bárbara pagou quase o dobro do preço habitual para ter um álcool em gel — Foto: Reprodução/EPTV

Bárbara pagou quase o dobro do preço habitual para ter um álcool em gel — Foto: Reprodução/EPTV

Bárbara pagou quase o dobro do preço habitual para ter um álcool em gel — Foto: Reprodução/EPTV

Mesmo caro, produto gera filas

Outra situação apurada pela EPTV em lojas da região é o aumento na demanda pelo álcool em gel. Em alguns estabelecimentos, quando o estoque do produto acaba, os clientes entram em uma fila de espera e buscam a mercadoria assim que ocorre uma reposição.

Para não ficar sem estoque e atender o máximo de pessoas possível, o dono de uma loja estabeleceu uma quantidade limite de frascos que podem ser comprados por cliente.

‘Cada pessoa pode levar dez frascos de álcool em gel, no máximo. Antes, eu vendia uma caixinha por semana, mas até agora já foram mais de duzentas’, diz o comerciante.

Em outra loja de Valinhos, a última encomenda feita pelo estabelecimento foi de 600 frascos de álcool em gel, sendo que 200 já estão encomendados. No local, mil frascos de 1,5 litro e 200 galões de cinco litros já foram vendidos.

Mesmo com lista de espera e altos pedidos sendo feitos pelos estabelecimentos, há clientes que buscam pelo produto com urgência e ficam sem.

‘Vou participar de um evento em São Paulo e estou buscando álcool em gel para levar. Já fui em várias lojas, mas ainda não encontrei o produto em nenhum lugar’, conta Simone Finarde.

Simone procurou pelo produto de última hora e não conseguiu encontrar — Foto: Reprodução/EPTV

Simone procurou pelo produto de última hora e não conseguiu encontrar — Foto: Reprodução/EPTV

Simone procurou pelo produto de última hora e não conseguiu encontrar — Foto: Reprodução/EPTV

Procon fiscaliza aumentos indevidos

Conforme citado, o aumento no preço de produtos sem que haja uma causa justa é proibido pelo Procon. Em Campinas (SP), fiscais da fundação realizam diligências pelo comércio.

Neste caso, os comerciantes devem apresentar notas de vendas de períodos anteriores para que o Procon verifique se há variação e abusos nos preços adotados nos últimos dias.

Além da fiscalização feita pelos fiscais, os preços abusivos cobrados por frascos de álcool em gel podem ser denunciados pelos consumidores no Procon. As denúncias acontecem através do telefone 151, nos postos de atendimento da fundação ou no site.