Saúde

Coronavírus: Ministério da Saúde anuncia nove casos suspeitos

Ministério da Saúde informou nesta quarta-feira que há nove casos suspeitos do novo coronavírus no Brasil, enquanto outros quatro já foram descartados. Nenhum foi confirmado até o momento. Os casos suspeitos foram registrados em São Paulo (3), Santa Catarina (2), Minas Gerais (1), Rio de Janeiro (1), Paraná (1) e Ceará (1). Entre os descartados, são três do Rio Grande do Sul e um do Paraná. A nova cepa do vírus, identificado como 2019-nCoV, causa febre e problemas respiratórios, e já matou ao menos 133 pessoas, todas na China. O balanço anterior, divulgado na terça-feira, apontava três casos suspeitos no Brasil.

— Ainda estamos trabalhando com um número pequeno. Sabemos que daqui para a frente, os números vão crescer muito — disse o secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo dos Reis.

Além dos nove casos suspeitos e quatro descartados, outros 20 notificados em sete estados foram excluídos porque sequer cumpriam a definição de caso suspeito.

Os casos divulgados pelo Ministério da Saúde são de pessoas que apresentaram febre e pelo menos um sinal ou sintoma respiratório, como tosse ou dificuldade para respirar. Eles se enquadram na atual definição de caso suspeito para o nCoV-2019 (o novo coronavírus), estabelecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Além disso, para ser considerado um caso suspeito, é preciso que a pessoa tenha estado na China nos 14 dias anteriores ao aparecimento dos sintomas. Anteriormente, o Ministério da Saúde levava em conta pessoas vindas de duas províncias chinesas com transmissão local. Agora, está considerando todo o país.

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Pessoas que não foram à China também podem ser considerados casos suspeitos, desde que apresentem os sintomas e tenham tido histórico de contato próximo, nos 14 dias anteriores, com alguém considerado caso suspeito ou confirmado. O Ministério da Saúde brasileiro pretende divulgar um boletim diário, sempre às 16h, com dados dos casos suspeitos, descartados e confirmados.

Segundo Júlio Croda, diretor do Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, o único local com transmissão local sustentada até o momento é a China. De acordo com ele, a transmissão em outros países ocorreu em ambientes restritos, como dentro de uma mesma família ou envolvendo profissionais de saúde. Nas definições da pasta, isso não se enquadra na definição de transmissão local sustentada.

A OMS aumentou o nível de alerta para alto em relação ao risco global do novo coronavírus, por isso, o Ministério da Saúde orienta que viagens para a China devem ser realizadas em casos de extrema necessidade.

Segundo o último boletim da Organização Mundial da Saúde (OMS), há 6.065 casos confirmados em todo o mundo, dos quais 5.989 na China (incluindo as regiões autônomas de Hong Kong e Macau) e 76 em outros 16 países, a maioria na Ásia: Alemanha, Austrália, Camboja, Canadá, Cingapura, Coreia do Sul, Emirados Árabes Unidos, Estados Unidos, França, Japão, Malásia, Nepal, Sri Lanka, Tailândia, Taiwan e Vietnã. Também segundo a OMS, há mais 9.239 casos suspeitos na China, onde houve até agora 132 mortes em decorrência da doença.

— Em todos os outros países, os casos secundários de uma pessoa que viajou para Wuhan (cidade chinesa onde surgiram os primeiros casos), para a China, foram casos intrafamiliares ou foram casos em profissionais de saúde. Casos intrafamiliares ou em profissionais de saúde em outros países, na definição do ministério, não é considerada transmissão local, porque se encontra muito restrito, em um ambiente muito definido de transmissão — explicou Croda.

Segundo a OMS, para reduzir os riscos de contrair a doença é preciso tomar medidas como lavar frequentemente as mãos e evitar contato com pessoas sofrendo de problemas respiratórios agudos. Desde terça-feira, o Ministério da Saúde do Brasil está orientando que se evitem viagens para a China, que devem ser realizadas apenas em casos de extrema necessidade.

Antes de apresentar o boletim, Groda participou de uma videoconferência com profissionais da saúde de todo o Brasil. Nela, ele apresentou informações sobre o coronavírus e esclareceu algumas dúvidas.

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