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Bolsonaro quebra protocolo em desfile de 7 de setembro para cumprimentar público

Ao lado de Sérgio Moro e Onyx Lorenzoni, o presidente Jair Bolsonaro cumprimenta o público que acompanha o desfile de 7 de Setembro em Brasília

Em seu primeiro desfile de 7 de setembro como presidente, Jair Bolsonaro quebrou protocolo e desceu da tribuna em que assistia a parada em Brasília para cumprimentar o público. A caminhada a pé por 2 minutos para saudar as arquibancadas em que estavam 20 mil pessoas foi feita na companhia dos ministros Sérgio Moro (da Justiça e Segurança Pública), Augusto Helono (da Defesa) e Onyx Lorenzoni (da Casa Civil). A população aplaudiu e chamou Bolsonaro de “mito”. Nas redes sociais, a comemoração também repercutiu.

Quando Bolsonaro desceu da tribuna, o mestre de cerimônias anunciou no microfone que o ato representava uma quebra do protocolo seguido há 30 anos — geralmente, o presidente é conduzido até a tribuna ao desfilar em carro aberto e lá permanece até o fim da comemoração. A fuga à tradição foi um desafio para a equipe de segurança que contava com 2 mil militares e incluia atiradores de elite que podiam ser vistos nos topos de ministérios próximos à tribuna.

Assim como na posse presidencial, em janeiro, Bolsonaro escolheu fazer o percuso no Rolls Royce da Presidência ao lado do filho Carlos Bolsonaro, vereador pelo Rio de Janeiro. Também subiu no automóvel uma criança vestida com uma camisa da seleção brasileira, grafada com o nome do jogador Neymar Júnior.

Na tribuna em que Bolsonaro acompanhou o desfile, estavam familiares dele como a primeira-dama Michelle Bolsonaro e os filhos: o deputado federal Eduardo Bolsonaro, o senador Flávio Bolsonaro, o vereador Carlos e a pequena Laura, de 8 anos). Entre os presentes, também figuraram ministros, deputados e outras autoridades (como o vice-presidente Hamilton Mourão), bem como o empresário Luciano Hang, o bispo Edir Macedo e o apresentador Silvio Santos.

Habituado aos costumes do Exército, o presidente, que é capitão da reserva, autorizou o início e o fim do desfile usando um jardão da caserna.

— Selva! — disse o presidente ao comandante militar do Planalto, Sérgio da Costa Negraes.

VERDE, AMARELO E PRETO

Parte do público que compareceu ao desfile na Esplanada dos Ministérios atendeu ao pedido de Bolsonaro e vestiu roupas nas cores verde e amarelo.

Nas arquibancadas lotadas, também foi possível ver pessoas vestidas de preto, como parte do movimento de insatisfação com o governo que surgiu em reação ao pedido de Bolsonaro. Elas representavam uma parcela reduzida do público. A maior parte das pessoas não vestiu nem amarelo, nem verde e nem preto: foram assistir ao desfile como costumam fazer todos os anos.

Mais acima no Eixo Monumental de Brasília, houve protestos de militantes de esquerda que fizeram o tradicional Grito dos Excluídos, organizado pela Confederação dos Trabalhadores da Agricultura (Contag) e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Eles pediram “Fora Bolsonaro” e “Lula livre”, aos pés da Torre de TV e no semáforo da via. Eram dezenas de manifestantes, vestidos de preto, com bandeiras de partidos de esquerda, da União Nacional dos Estudantes (Une) e de outras organizações.

REDES SOCIAIS

Teste de popularidade diante do público presente na solenidade em Brasília, o desfile de 7 de setembro também aqueceu as redes sociais na manhã deste sábado. Entre os dez assuntos mais comentados do momento no Twitter, por exemplo, chegaram a figurar as hashtags #7deSetembro e #Dia7dePretoNaRua e as expressões “Dia da Independência” e “Feliz 7”. Houve espaço também para comentários sobre Dom Pedro I, que em 1822 declarou a independência brasileira em relação a Portugal — ele também apareceu entre os temais mais explorados. //Extra