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Bolsonaro indica que Vélez pode sair do MEC na segunda; ministro reage

Marcelo Camargo/Ag. Brasil.

Em café da manhã com jornalistas, o presidente Jair Bolsonaro disse nesta sexta-feira, 5, que deve tomar uma decisão sobre o Ministério da Educação (MEC), Ricardo Vélez, na segunda-feira, 8.

“Na segunda, vamos resolver a situação do MEC”, disse. “Está bem claro que não está dando certo, falta gestão. Vamos tirar a aliança da mão esquerda e pôr na direita”, afirmou o presidente.

As declarações indicam que o ministro Ricardo Vélez Rodríguez pode ser demitido. O ministro enfrenta sucessivas crises desde o início do governo e viu um aumento do desgaste nas últimas semanas com disputas internas, mais de 15 exonerações, medidas polêmicas e recuos.

Há uma semana, Bolsonaro já dava sinais de que poderia tirar Vélez ao nomear para secretário-executivo do MEC, o segundo cargo mais importante da pasta, o tenente brigadeiro Ricardo Machado Vieira, que foi do Secretário de Pessoal, Ensino, Saúde e Desporto do Ministério da Defesa e chefe do Estado-Maior da Aeronáutica.

A declaração de Bolsonaro foi divulgada assim que Vélez começava uma palestra no 18º Fórum do Grupo de Líderes Empresariais (Lide), em Campos do Jordão. Ele negou que vá entregar o cargo: “Insustentável por quê? A única coisa insustentável é a morte”.

Após o painel, deixou o auditório do evento para ir ao banheiro e foi abordado por jornalistas. Inicialmente, se recusou a falar e, minutos depois, negou que irá entregar o cargo.

Em sua apresentação, o ministro pediu apoio de empresários e os convocou para “dialogar” com ele e sua equipe no órgão. Ele participava de mesa com o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e a líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann (PSL-SP).

Na sua fala introdutória, Vélez culpou gestões anteriores pela situação da Educação no Brasil e disse que “há muito sendo construindo no âmbito burocrático e administrativo atualmente”. Ele disse que a pasta “cresceu demais”. Perguntado sobre o que seria a “solução” para o ministério, Vélez respondeu: “Racionalidade.”

Questionado sobre se o cargo de ministro da Educação é o mais difícil, Vélez argumentou: “Sim e não. Não, porque é o ministério que lida com as pessoas e isso é a coisa mais importante do mundo. Sim, porque o ministério cresceu demais oferecendo serviços, o que não é negativo, mas que coloca uma tremenda exigência de racionalização administrativa”.

Ao falar sobre o ensino básico, Vélez disse que “algo já deveria ter deveria ter sido feito e o quadro é resultado de anos de descaso”