Bahia Saúde

Bahia registra 60 mil casos de suspeita de dengue até julho de 2016

Em Vitória da Conquista, a prefeitura tem intensificado as ações de combate à dengue

Em Vitória da Conquista, a prefeitura tem intensificado as ações de combate à dengue

Segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde (Sesab), 59.875 casos de suspeita de dengue já foram registrados na Bahia, até julho de 2016. De acordo com a Sesab, o número é 11% maior que no mesmo período do ano passado.

As vacinas que imunizam contra a doença já começaram a chegar em algumas clínicas particulares de Salvador. Um dos estabelecimentos tem no estoque 100 doses, que serão comercializadas a R$ 400 a dose. As vacinas só serão aplicadas com agendamento, pois depois de aberta a validade é seis horas.

O preço determinado pelo Governo Federal para a vacina vai de R$ 132 a R$ 138, dependendo do estado, mais o valor da aplicação. São necessárias três doses que devem ser tomadas em um intervalo de seis meses.

“Esse valor [R$ 135] é o valor que o dono da vacina vai vender para o distribuidor. O preço de aquisição do distribuidor é um e ele [o distribuidor] vai colocar todos os seus custos e vai vender para a clínica. A clínica tem todo os seus custos diretos e indiretos, o valor da aplicação e aí esse valor fica um pouco mais alto”, diz Tharita Teixeira, gerente técnica de laboratório.

Em outras grandes cidades do país como Rio de Janeiro e Brasília, o preço médio da dose custa R$ 300. Já em São Paulo, o custo é de R$ 250.

Apesar do preço, o advogado Iran Costa Pinto conta que, para ele, pagar pela vacina não é um gasto, mas um investimento. “É um benefício à nossa saúde. Tenho condições nesse valor, mas acredito que a grande parte da população não vai ter condições de ter acesso à vacina”, disse.

A imunização contra a dengue é voltada para pessoas entre 9 e 45 anos. Mulheres grávidas ou amamentando não podem ser imunizadas. A vacina não protege contra Zika e Chikungunya. O Ministério da Saúde ainda estuda a possibilidade de comprar e dar a vacina de graça para população.

Índice
A taxa de infestação do aedes aegypti em Salvador é de 1,4% e está acima do recomendado pela Organização Mundial da Saúde, que é 1%. Os bairros com os maiores índices são: Itaigara (3,6%), Nazaré (3,3%) e Alto do Cabrito (3,3%) e Engenho Velho da Federação (3,2%).

Em uma praça do bairro de Nazaré, que possui um dos maiores índices de infestação do mosquito, a fonte de água que está desativada acumula água da chuva e também há lixo com água parada. Apesar da situação, os moradores da região sabem que devem ficar atentos no combate ao mosquito.

“As pessoas devem ter mais cuidado, Não deixar água acumulada, limpar os quintais, plantas, organizar a casa”, disse Gilmara Casais, operadora de telemarketing.

Reprodução em água suja
O resultado de um estudo inédito feito na Bahia muda o que era conhecido pela população sobre os hábitos do mosquito Aedes Aegypti, transmissor da dengue, zika e da chikungunya.

Pesquisadores da Fiocruz percorreram bairros de Salvador e descobriram que o mosquito está ocupando os bueiros da cidade e se reproduzindo até mesmo na água suja.

A descoberta da Fiocruz ocorreu por acaso. O pesquisador Igor Paploski visitava casas para procurar mosquitos e percebeu que havia atividade dos mosquitos nos bueiros e nas áreas externas de casa e condomínios. Foi iniciado um estudo em bueiros localizados nos bairros de Brotas, Piatã, Pituba e Cabula.

Na pesquisa 122 bueiros foram marcados por GPS. O resultado foi que em 49% dos bueiros existia água suja e parada. Em 50 bueiros tinham larvas e mosquitos do Aedes.

O estudo foi publicado na Revista “Parasites & Vectors” (Parasitas & Vetores, em português), especializada em doenças transmitidas por insetos e respeitada internacionalmente.

O estudo aponta necessidade de novas formas de combate ao mosquito Aedes. A pesquisa será ampliada para outros bairros da cidade, segundo a coordenadora da Vigilância à Saúde da Secretaria Municipal da Saúde, Isabel Guimarães.

Segundo agentes, no verão, a quantidade de água acumulada nos bueiros aumenta, por conta das chuvas corriqueiras. Na região do Centro Histórico, onde a estrutura é mais antiga, fica um nível de água de cerca de 20 cm abaixo do bueiro, o que atrai os focos. O uso do larvicida não é mais adequado porque a água dos bueiros mais antigos vai para o mar, o que pode causar um problema ambiental.

Fonte: G1 Bahia