Brasil

Atlético-PR goleia, vai à Libertadores, e Vasco cai outra vez após cinco anos

Informações: Globo Esporte

Informações: Globo Esporte

Em meio à confirmação da classificação do Atlético-PR para a Libertadores, com a impiedosa goleada por 5 a 1, dois capítulos tristes do futebol brasileiro foram escritos neste domingo: a briga entre torcedores, que interrompeu o jogo em Joinville por uma hora e dez minutos, e o segundo rebaixamento do Vasco, que precisava vencer e sucumbiu à limitação técnica que assombrou o time ao longo do Campeonato Brasileiro. O artilheiro Ederson foi o herói da tarde, com três gols, e Marcelo e Paulo Baier completaram a grande exibição.

O resultado deixou o Furacão na terceira posição, com 64 pontos. Terá de passar pela chamada Pré-Libertadores antes de entrar na fase de grupos. Já o Cruz-Maltino repete o calvário de cinco anos atrás e vai colher os cacos de uma péssima temporada, imerso em crises extracampo. O time fechou o nacional em 18º lugar, com 44 pontos. Se vencesse, ultrapassaria Fluminense e Criciúma e fugiria da degola.

Primeira etapa manchada e de três gols

O jogo começou com atraso de apenas dois minutos em relação ao horário marcado, evitando prática comum em rodadas decisivas. Mas a batalha de Joinville – denominada pelos atletas vascaínos e que ganhou triste ar literal – levaria mais de três horas para terminar. Para apimentar a dramática situação do Vasco e clarear o cenário para o Atlético-PR, Paulo Baier bateu falta logo aos três minutos, a bola passou rente a Manoel e Renato Silva e morreu no canto esquerdo, após Alessandro não alcançar.

Não houve muito futebol até a paralisação por conta do grave episódio na arquibancada. Marcação cerrada, faltas e times nervosos davam o tom. Aos 17, a interrupção aconteceu, e a bola só voltou a rolar, com os cariocas a contragosto, uma hora e dez  minutos depois. Mas os ânimos não haviam sido totalmente acalmados. Ficou claro o reflexo das cenas no nível de concentração dos jogadores. A partida ficou repleta de erros e impedimentos, sem respeito a esquemas táticos.

Como consequência disso, chances claras de gol foram criadas, tornando a partida aberta. Ederson e Everton perderam para o Furacão, em sequência, e pelo lado cruz-maltino, sempre com Marlone puxando jogada pela esquerda, dois bate-rebates na marca do pênalti não tiveram conclusão. Mas o Vasco insistiu e chegou ao empate através de Edmílson, de ombro e no susto, após cruzamento forte de Yotún, aos 39. Só que mal deu para celebrar. Em contra-ataque, Baier achou Ederson na área, que, de cabeça, marcou após escorregão de Alessandro: 2 a 1.

Goleada impiedosa do Furacão

Na volta do intervalo, Adilson Batista tirou Wendel e colocou Bernardo para tentar reverter o quadro que já indicava o caminho da Série B. Mais técnico, o Rubro-Negro sentia a reação vascaína a cada ação sua. Pesou, no entanto, a falta de organização e qualidade dos cariocas. Aos 18, Paulo Baier arrancou, tocou para Ederson, que achou Marcelo sozinho. O atacante ainda se enrolou antes de tocar por baixo do braço de Alessandro e praticamente definir os objetivos.

A festa da torcida do Atlético-PR, com a provável classificação à Libertadores, contrastava com o desespero devido ao iminente rebaixamento do outro lado – agora bem separados e sob vigilância. No gramado, para o Vasco, não havia esperança. Elétrico até o fim, Adilson Batista pingava de suor na luta para rearrumar seus comandados e resolveu trocar Marlone por Tenorio, mas o máximo que obteve foi uma cabeçada perigosa de Edmílson. Muito pouco para quem precisava de três gols.

Leve, o Furacão não tinha nada a ver com isso e permanecia em busca de mais gols. Por ironia, esbarrou em Alessandro, que fez três grandes defesas após falhas anteriores, sublinhadas por um campeonato inteiro sem um camisa 1 de confiança. Mas não foi possível evitar outro do irresistível Ederson, aos 36. A essa altura, poucos torcedores vascaínos sobravam – e estes não acreditavam no destino. E o golpe derradeiro saiu em seguida, também com o artilheiro Ederson, que fechou a competição com 21 gols.

FICHA TÉCNICA

ATLÉTICO-PR 5 X 1 VASCO

Local: Arena Joinville, em Joinville (SC)

Data: 8 de dezembro de 2013, domingo

Horário: 17 horas (de Brasília)

Árbitro: Ricardo Marques Ribeiro (Fifa-MG)

Assistentes: Marcio Eustaquio Santiago (Fifa-MG) e Guilherme Dias Camilo (Fifa-MG)

Cartão amarelo: Pedro Ken (Vasco)

Gols: ATLÉTICO-PR: Manoel, aos quatro, e Ederson, aos 44 minutos do primeiro tempo; Marcelo, aos 18, e Ederson, aos 36 e aos 40 minutos do segundo tempo; VASCO: Edmílson, aos 40 minutos do primeiro tempo

ATLÉTICO-PR: Weverton; Léo, Manoel, Luiz Alberto e Maranhão (Juninho); Deivid, João Paulo, Paulo Baier (Zezinho) e Everton; Marcelo (Felipe) e Ederson. Técnico: Vagner Mancini

VASCO: Alessandro, Fagner, Renato Silva, Cris e Yotún; Abuda, Wendel (Bernardo), Pedro Ken e Marlone (Tenorio); Thalles (Reginaldo) e Edmílson. Técnico: Adílson Batista