Moradores querem demolição de chafariz antigo do Alto Maron
Por Bia Oliveira
Chafariz inaugurado pelo ex-prefeito Pedral Sampaio, em 1963. Fonte: Taberna da Conquista
Rever construções antigas, relembrando suas histórias, faz bem às nossas lembranças, mas nem sempre a permanência delas traz vantagens à população. Esse é o caso de um antigo chafariz situado na Rua Paulino Fonseca, bairro Alto Maron, na rotatória do Mirante do Candeias, sentido Alto da Colina.
Maria Vitória Fonseca, moradora do bairro.
Desativado há vários anos, o chafariz, segundo os moradores do bairro, está servindo aos propósitos de marginais, que utilizam o espaço para uso e repasse de drogas, sanitário e esconderijo. “Isso aqui virou bagunça, é um motel funcionando ao ar livre. As autoridades não tomam providências para demolirem a construção e nós pagamos o preço”, disse dona Maria Vitória Fonseca.
Ainda, segundo ela, os bandidos passam horas dentro do espaço, espreitando quem passa na rua, e sempre praticam assaltos na redondeza. “Eles tomam celulares de pedestre, quando os moradores saem, eles arrombam as casas, assaltam os estudantes quando os mesmos retornam das escolas, é uma coisa terrível”, afirma.
O chafariz foi construído em 1963, na gestão do ex-prefeito Pedral Sampaio, e era abastecido com água encanada do Poço Escuro, por meio de bombeamento. O objetivo era resolver o problema do abastecimento de água das comunidades próximas, mas com o aumento da demanda, tornou-se insuficiente para atender a população. Na mesma época, foi inaugurado um chafariz no Bairro Guarani.
De acordo com informações do Blog Taberna da Conquista, antes, na gestão do prefeito Arlindo Rodrigues (1933-1936), foram instalados dois chafarizes, um próximo ao antigo “Quartel de Polícia” (atual Prefeitura) e outro na atual Praça João Gonçalves, com água canalizada do Poço Escuro. Na primeira gestão do prefeito Gerson Sales, foi construído um chafariz na “Praça da Santa Casa” (atual Hercílio Lima) e outro na atual “Praça Camillo de Jesus Lima”, demolido em 1977 pelo prefeito Raul Ferraz. Havia também chafarizes no Migdônio e no México.
Algumas dessas construções foram demolidas e outras ainda permanecem, embora não recebam qualquer tipo de manutenção do poder público municipal e estejam em situação precária, oferecendo, inclusive, riscos à saúde, já que servem de criadouros para o mosquito da dengue. Ainda assim, não há preocupação da administração municipal em resolver o problema, seja demolindo ou preservando o espaço. A população espera uma solução imediata para resolver o transtorno.
