Edinólia Jardim com parte dos donativos que recebeu

Moradora da Rua da Liberdade, no distrito de José Gonçalves, dona Edinólia Gomes Jardim, de 53 anos, foi uma das primeiras a receber os pacotes com gêneros alimentícios, itens de higiene e limpeza e kits para dormitórios entregues pela Prefeitura de Vitória da Conquista, ontem (11).

A distribuição está sendo coordenada pela Defesa Civil Municipal, com o apoio da Guarda Municipal, do Deserg e do Posto Avançado de Atendimento ao Cidadão (PAAC/Subprefeitura). A ajuda foi enviada pelo Governo Federal, por meio da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil.

Edinólia e a maior parte de seus vizinhos tiveram suas casas atingidas por alagamentos durante as chuvas intensas de dezembro de 2022, que levaram a Prefeitura a decretar situação de emergência no município. Depois de verem o nível da água subir e invadir suas casas, os moradores da Rua da Liberdade foram realocados pela Prefeitura para residências temporárias.

Enquanto esteve no local provisório, Edinólia viu a cozinha de sua casa ser reformada aos poucos, com a ajuda de vizinhos. Ela pretende retornar para a antiga residência já nesta semana e reinaugurar a cozinha recém-reformada, já com os itens da cesta básica que recebeu hoje.

Ação tem apoio da Guarda Municipal

Gratidão

“A gente fica alegre e agradece muito a Deus”, comemorou a moradora, que divide a casa com o marido e os três filhos adultos “Estou terminando de fazer minha cozinha com a ajuda da comunidade de José Gonçalves. E isso vai ajudar em tudo”, disse ainda Edinólia.

Quem também se alegrou ao receber a ajuda foi a aposentada Dolores Alves de Jesus, de 88 anos. “Estou muito satisfeita, graças a Deus. Essa ajuda é uma bênção. O que tiverem para me dar, estou aceitando”, exultou, enquanto as equipes da Defesa Civil e da Guarda Municipal depositavam os fardos em sua casa.

Agradecimentos do mesmo tipo foram feitos por Regiane Gomes Santos, de 34 anos, que mora com os três filhos de 16, 12 e 10 anos. “Essa é uma ajuda muito boa. Quero muito agradecer a vocês. Que Deus possa ajudar todos vocês, para que vocês ajudem a todas as outras pessoas que estão precisando”, desejou Regiane.

Colchões na próxima etapa

Iniciada ontem, a distribuição dos kits também foi feita nas localidades de Úrsula, Deus Dará, Sizoca e Fazenda Pratinha. Até sábado (15), a Defesa Civil Municipal espera entregar a ajuda humanitária a 678 famílias da região, em localidades como Catarina I e II, Lagoa Comprida, Estrela, Boa Sorte, Ribeirão do Poço, Tamanduá, Guaibim, Santo Antônio, Baixa do Muquém e Baixa Grande, todos situados na região de José Gonçalves.

Até o dia 19, os kits de ajuda humanitária serão entregues a 1.205 famílias que sofreram prejuízos em razão das chuvas. Além de José Gonçalves, também serão beneficiadas famílias da Zona Urbana e de outros distritos, como Iguá, Bate-Pé, Pradoso, Inhobim e São João da Vitória. “Esta é uma resposta aos efeitos das chuvas. Depois de concluirmos esta etapa da distribuição, no dia 19, retornaremos para entregar os colchões”, informou a coordenadora da Defesa Civil, Rosa Freitas.

Rosa Freitas, coordenadora, e o engenheiro Gabriel Queiroz, da Defesa Civil, mostram plano de distribuição ao coordenador do PAAC, Ramon Soares, no centro

Prefeitura solicitou mais recursos e aguarda resposta

Foram solicitados ao Governo Federal recursos para beneficiar mais de quatro mil famílias atingidas, mas o repasse aprovado foi de somente R$ 1.269.908,00, o que permite atender, no momento, as 1.205 famílias que estão em situações mais críticas.

Um novo plano de trabalho foi produzido buscando  beneficiar um número maior de famílias no município, mas a verba liberada também foi baixa, R$ 54.397.20 para os próximos kits. As solicitações de recursos também foram feitas à Superintendência de Proteção e Defesa Civil (Sduec), órgão do Governo Estadual, mas a Prefeitura ainda não teve resposta.

Os kits são destinados às famílias que ficaram desabrigadas, vivendo em localidades que ficaram sem acesso, socialmente mais vulneráveis e desprovidas de rendas. Todas as famílias foram cadastradas durante o período das chuvas intensas, com visitas in loco e com laudos coletivos e individuais.