Suíca rebate procurador que disse que “houve escravidão porque índio não gosta de trabalhar”

Vereador Luiz Carlos (PT) não poupou críticas ao procurador do Ministério Público paraense (MPPA) Ricardo Albuquerque
O caso aconteceu no Pará e reverberou pelo país inteiro. Em Salvador, o vereador Luiz Carlos (PT) não poupou críticas ao procurador do Ministério Público paraense (MPPA) Ricardo Albuquerque. Na sexta-feira (29), Suíca disse que além de “infeliz”, a fala de Albuquerque “é totalmente distorcida e sem base histórica ou empírica”. O procurador falou em palestra a alunos de direito de uma universidade privada do estado que a escravidão no Brasil ocorreu porque “índio não gosta de trabalhar”.
“Esse senhor, totalmente despreparado e sem conhecimento da história, quer, como todos que são racistas, tentar relativizar a escravidão. É a forma que ele criou, em sua cabeça, de esquecer ou criar meios para conviver com as atrocidades que marcaram anos de açoites contra o povo negro. Os índios são trabalhadores e culturalmente superiores, têm conexões com a natureza, eram saudáveis até a chegada dos portugueses. O Brasil foi colonizado de forma violenta, porque os índios nunca desistiram de sua liberdade. E é isso que nos mantêm na luta até hoje”, rebate Suíca.
Ricardo Albuquerque ocupa o cargo de ouvidor-geral do MPPA e no áudio que circula em rede social, ele ainda ataca os quilombolas. Esse fato, lembra o caso envolvendo o atual presidente Bolsonaro. Suíca disse que o episódio com o presidente “expõe a ofensiva contra o povo pobre e negro. Estão atacando a soberania e os direitos individuais e coletivos e querem legitimar isso com fake news e falácias. O Brasil deve muito aos quilombolas, e ao povo negro que ajudou a erguer essa República. O que aconteceu nos navios negreiros se repete nas favelas hoje e é assim que querem nos tratar, mas vamos resistir”. //Tribuna da Bahia