Greve dos caminhoneiros causa falta de abastecimento de alimentos e redução na frota de ônibus na Bahia
A greve de caminhoneiros contra aumento no valor do diesel, que fecha estradas em todo o país pelo 5º dia consecutivo, nesta sexta-feira (25), causa falta de abastecimento de alimentos e redução de frota de ônibus em Salvador e alguns municípios do interior do estado. Também foi recomendado que a população economize água durante a paralisação, por conta da falta de produtos usados no tratamento da água.
Combustível
O Sindicato de Postos de Combustíveis da Bahia (Sindicombustíveis) informou que 95% dos postos não têm estoque para abastecer os clientes nesta sexta-feira.
A Transalvador anunciou que os motoristas que ficarem com os carros parados na pista, por conta da falta de combustível, não serão multados pelo órgão, enquanto durar a crise no abastecimento da cidade.
Alimentos
O Centro de Abastecimento (Ceasa) de Simões Filho, na região metropolitana de Salvador, teve nesta, sexta-feira (25), abastecimento 20 vezes menor do que a média. O espaço, que em dias normais recebe 400 caminhões, nesta sexta teve apenas 20.
Segundo os vendedores do local, os produtos pararam de chegar desde a quarta-feira e, nesta sexta, a situação ficou pior. A carga de banana da prata e de ovos já acabou no Ceasa, enquanto a de batatas está prestes a terminar. O preço do saco da batata subiu de R$ 60 para até R$ 500, uma alta de 833%. Os preços do tomate e da cebola subiram 28% e 10%, respectivamente.
Comerciantes da feira no bairro Sete Portas, em Salvador, dizem que a situação deve piorar ao longo desta sexta-feira (25). No local, faltam batatas e bananas da prata. Ovos também estão prestes a acabar, mas os comerciantes dizem que os preços não subiram para os consumidores.
Transporte público
A capital baiana opera com 80% da frota de ônibus nesta sexta-feira. O plano de contingência, que estava previsto para começar no sábado (26), foi antecipado pela Secretaria de Mobilidade de Salvador (Semob), por conta das escassez de combustíveis nos postos da cidade.
Outros municípios no interior do estado também lidam com a redução de veículos do transporte público. Em Feira de Santana, a cerca de 100 km da capital baiana, a frota de ônibus para os moradores é de 70% até as 17h desta sexta-feira. Com o aumento no fluxo de passageiros depois deste horário, a frota será normalizada até as 19h. Depois disso, a redução será retomada.
Em Vitória da Conquista, na região sudoeste, o transporte coletivo foi reduzido em 30% e os ônibus que estão circulando fazem rotas menores para economizar combustível. No sul do estado, em Ilhéus, a frota opera com quase 70%. Em Juazeiro, no norte do estado, 90% dos ônibus estão na ruas e o abastecimento dos veículos está garantido apenas até esta sexta-feira (25).
Saúde
De acordo com a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), não há desabastecimento em nenhuma unidade estadual. O órgão afirma que os fornecedores estão comprometidos com o fornecimento regular e, se necessário, serão escoltados pela Polícia Militar para garantir o suprimento das unidades.
A greve também não afetou o funcionamento de nenhuma unidade municipal de Salvador, segundo a Secretaria de Saúde da cidade (SMS).
Em Vitória da Conquista, no sudoeste baiano, os postos de saúde da zona rural fecharam e os do centro da cidade vão funcionar até as 13h desta sexta-feira (25).
Segurança
A Polícia Militar e os Bombeiros disseram que a greve não comprometeu as atividades e que as viaturas circulam normalmente. A Polícia Civil também informou que, até o momento, todas as diligências e demais atividades da instituição são realizadas dentro da normalidade, e não há registro de falta de combustível em viaturas das delegacias.
No entanto, considerando a possibilidade da falta de combustível, o Gabinete do Delegado-geral orientou os servidores administrativos priorizem atividades emergenciais.
Energia e abastecimento
A Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa) recomendou, desde a quinta-feira (24), que a população baiana economize água durante a greve dos caminhoneiros, que já dura quatro dias. De acordo com a empresa, a greve dificulta a entrega de produtos químicos usados no tratamento da água distribuída para a população.
Rodovias com protestos
Há pontos de manifestação na BR-324, em Salvador, na altura do bairro de Valéria, com bloqueio parcial da via, e lentidão no tráfego do local. Na mesma rodovia, no trecho de Simões Filho, veículos de grande porte estão no acostamento e apenas os de carga são impedidos de prosseguir viagem. No km-542, em Amélia Rodrigues, a situação é a mesma.
Na BA-526, conhecida como Cia-Aeroporto, na região metropolitana de Salvador, também há protesto com caminhões e carretas estão sendo parados. O mesmo ocorre na BA-535, conhecida como Via parafuso, também na região metropolitana de Salvador. Já na BA-093, que liga Simões Filho ao Litoral Norte, há protestos nos trechos do Km-1 e Km-34 com bloqueio parcial da via.
No trecho da BR-116 na Bahia, há pontos de manifestação com caminhões estacionados nos acostamentos e em postos de combustíveis, impedindo a passagem de carretas e caminhões. Na rodovia, os protestos ocorrem: no Km-459, na cidade de Santo Estevão; Km-517 e Km-521, em Itatim; Km-539, no município de Milagres; Km-672, na cidade de Jequié; Km-709, em Manoel Vitorino, Km-759, na cidade de Poções; Km-814, Km-817 e Km-835, em Vitória da Conquista; e no Km-421, em Feira de Santana. //G1