Governo da Bahia autoriza cortes dos dias não trabalhados de servidores grevistas

Reunidos em assembleia na manhã de quinta-feira, 23, os professores da Uesb deliberaram pela manutenção da greve na universidade
Os servidores baianos das universidades estaduais, da área de saúde e da Cerb estão apreensivos com os cortes dos salários autorizados pelo governador Rui Costa (PT). Nesta sexta-feira (24), por meio de nota emitida pela Secretaria de Educação (SEC), o governo ameaçou os professores com o corte de salário. A categoria, em greve há mais de 70 dias, aprovou, na quinta-feira (23), a manutenção do Movimento Grevista na UESB, UESC, UEFS e UNEB, sem votos contrários, demonstrando que não teme a ameaça do governo petista. Já esta agendada uma nova mesa de negociação para segunda-feira (27) às 15h, em Salvador.
A saúde também enfrenta situação semelhante. Não bastasse o Tribunal de Justiça da Bahia conceder, no domingo (19/7), liminar considerando ilegal o movimento de greve do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde da Bahia (Sindsaúde), com multa diária de R$ 50 mil em caso de descumprimento e retorno imediato de todos os servidores grevistas aos postos de trabalho, o governo do Estado descontará os dias não trabalhados dos servidores que aderiram ao movimento. A medida entra em vigor na folha salarial deste mês, tendo o dia 19 de julho como início dos descontos.
O mesmo acontece com os trabalhadores da Companhia de Engenharia Ambiental e Recursos Hídricos da Bahia (Cerb), em greve desde o dia 3 de julho. O governador já autorizou o corte de 10 dias dos salários. O sindicato vai recorrer ao Ministério Público.
As três categorias acusam o governo Rui Costa de truculência, pois o mesmo estaria tentando reprimir o movimento dos trabalhadores com ação policial, além do corte de salário. “Isso para nós representa o autoritarismo de um governo que chegou ao poder alegando defender a classe trabalhadora, nós vimos isso na Bahia na época do ex-governador ACM e achávamos que jamais voltaria a acontecer, mas nos enganamos, a ditadura de poder está enraizada”, disse o servidor da área de educação.