Sem acordo, greve dos rodoviários permanece por tempo indeterminado
Da Redação
Em greve há oito dias, os rodoviários de Vitória da Conquista garantem que o movimento permanece até que as empresas decidam atender as reivindicações da categoria. Essa é a maior mobilização já promovida pelos trabalhadores do transporte coletivo da cidade, o que representa uma grande perda para as empresas, às quais vêm lamentando perdas por conta da tarifa de R$ 2,40.
O sindicato reivindica, além do reajuste de 10%, o retorno do plano de saúde (cancelado por falta de pagamento) e o pagamento do prêmio de férias, bonificação paga aos funcionários quando eles retornavam ao trabalho.
Em nota oficial enviada à imprensa na manhã do dia 25 de junho, a Cidade Verde informou que “apresentou uma proposta de aumento de 10% do salário e aumento também de 10% de aumento do ticket refeição, caso a tarifa seja oficializada em R$2,80. Disse também que a empresa já assinou contrato com a operadora de plano de saúde, escolhida pelo próprio sindicato, desde o mês de fevereiro, e que o serviço só não está sendo oferecido porque o próprio sindicato não conseguiu a adesão mínima por parte dos funcionários”.
Sobre o prêmio de férias, a empresa nada informou, mas, segundo fontes extraoficiais, a diretoria se posiciona contra a bonificação, alegando que nenhum trabalhador usufrui desse benefício, portanto, esse ponto, por enquanto, permanece inegociável.
O gerente da Viação Vitória, Cláudio Vinícius de Andrade, disse que a greve continua porque os rodoviários exigem 50% de aumento no valor do tíquete, plano de saúde e prêmio de férias, mas que o plano e o prêmio de férias não foram contemplados na planilha tarifárica, por isso as empresas não têm como pagar.
Enquanto não se chega a um acordo, a população conquistense sofre com a ausência do transporte, já que apenas 30% da frota estão operando numa cidade que possui 340 mil habitantes. Hoje, as vans são uma das alternativas de transporte dos usuários.
Segundo a Prefeitura Municipal, Vitória da Conquista possui a frota de ônibus mais jovem da Bahia, com idade média de 2,65 anos. O número de veículos aumentou de 146 para 160, dos quais 90,2% são adaptados com elevadores para cadeirantes, e que tudo tem custos.
Para tentar equilibrar o sistema, o Executivo Municipal apresentou à Câmara um projeto de redução do ISSQN, e o retirou da pauta, logo depois, por conta da quantidade de emendas apresentadas pelos vereadores. “O objetivo do prefeito era desonerar o valor da tarifa e dar condição de operacionalidade às empresas, porém o projeto foi mal compreendido pelo legislativo, que acabou acrescentando emendas que repassavam à prefeitura responsabilidades que não cabem ao gestor, como, por exemplo, interferir na relação entre trabalhadores e empregadores das empresas, por isso preferimos retirar o projeto de tramitação para evitar problemas futuros”, informou Márcio Higino, Chefe de Gabinete.