Revoltada com ação policial, população de Amargosa incendeia veículos e destrói delegacia

Amargosa News/Midiacon News

Um total de 30 motos, 18 carros e um ônibus foram incendiados por um grupo de moradores da cidade de Amargosa, na Bahia, após uma criança ter sido atingida por um tiro que teria sido disparado por um policial militar, durante uma operação. A delegacia também foi alvo dos moradores, obrigando delegada e promotora a se refugiarem em um hotel. Eles levaram todas as armas, liberou os presos, destruiu e queimou o local. Os ocorreram após a morte trágica de uma menina de um ano, ocorrida na noite de ontem (16), durante uma ação policial.

Para garantir a ordem na cidade, autoridades máximas da Segurança Pública na Bahia foram para o município de Amargosa, no Recôncavo Baiano, na manhã desta quinta-feira (17), para acompanhar as investigações relacionadas à morte. O Secretário Maurício Barbosa, o Delegado Chefe da Polícia Civil, Hélio Jorge, e o Comandante Geral da Polícia Militar, coronel Alfredo Castro, se unem a um grupo de 36 policiais, envolvendo delegados e investigadores, que já se encontram na região.

A equipe que realiza as investigações é composta por agentes do Departamento de Inteligência, do Departamento de Polícia do Interior (Depin), do Centro de Operações Especiais (COE) e Corregedoria da Polícia Civil. Durante o processo, o local do crime será periciado e o policial acusado de disparar o tiro que atingiu a criança, além de testemunhas, será ouvido para depor sobre o caso. De acordo com a assessoria da PC, a arma do policial foi apreendida e já foi aberto inquérito e procedimentos administrativos para saber se ele agiu de forma adequada na ação.

Com relação aos tumultos ocorridos na cidade, a polícia está trabalhando no sentido de identificar as pessoas responsáveis pelos atos de vandalismos que resultaram na destruição e queima de ônibus e automóveis, além da invasão e soltura de presos da delegacia local. Informações iniciais dão conta de que entre os manifestantes estariam alguns bandidos encapuzados, infiltrados no grupo.

O caso:

A criança foi baleada na cabeça, dentro da casa onde morava no bairro da Catiara, que, segundo testemunhas, teria sido invadida por policiais civis em busca de um traficante de drogas. A vítima chegou a ser socorrida e encaminhada ao Hospital Geral do Estado (HGE), onde acabou morrendo.

Os moradores do local responsabilizam a polícia pela morte da garota. Por conta disso, um grupo de pessoas invadiu e destruiu vários objetos da delegacia da cidade. Eles reviraram móveis e libertaram 16 presos. O grupo ainda teria levado armas e veículos apreendidos na delegacia. Além disso, os invasores atearam fogo em caminhões e dois carros no centro da cidade, causando pânico à população.