Bahia

RANKING Bahia está em 2º lugar em desflorestamento da Mata Atlântica

Com crescimento de 54% sobre o período anterior, a Bahia está pelo segundo ano consecutivo na segunda colocação entre os estados que mais desflorestaram áreas naturais de Mata Atlântica entre 2020 e 2021, perdendo  4.968 hectares (ha).

Os dados foram divulgados na 17ª edição do Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica, através de um trabalho de parceria entre a Fundação SOS Mata Atlântica (Sosma) e o Instituto Nacional de Pesquisas Especiais (Inpe), iniciado em 1989.

Na primeira colocação ficou Minas Gerais, com 9.209 ha. No total foram observados que 21.642 ha foram desflorestados nos 17 estados com áreas naturais do bioma, indicados na Lei 11.428/2006, que foi criada para proteger a formação florestal que mantém em pé apenas 12,04% dos espaços ocupados originalmente.

“A lei da Mata Atlântica, embora de grande relevância para a sua conservação, vem sendo atacada, com movimentos para sua anulação, dentre outras ações para seu enfraquecimento”, afirmou o diretor de Conhecimento da fundação e coordenador do Atlas, Luis Fernando Guedes Pinto.

Ele revelou que a Bahia já vinha com números altos nas edições anteriores e disse que a principal causa é a expansão agropecuária em larga escala, que tem como uma das causas a redução da capacidade de fiscalização, especialmente de órgãos federais.

“O que acontece na Amazônia também ocorre em outros biomas. As pessoas estão mais à vontade para agir, com a perspectiva de não serem punidas pelas leis”, asseverou, pontuando que o efeito da devastação vem afetando os mananciais com a morte de nascentes e se manifesta nos eventos climáticos extremos registrados cada vez em maior número e intensidade.

Recuperação

Ainda segundo Guedes Pinto “nós deveríamos estar falando de restauração e não mais de desmatamento, para alinhar o País com a demanda mundial pelo equilíbrio ambiental”.

Conforme o Atlas, a perda de Mata Atlântica original no período do último estudo equivale a 59 hectares por dia ou 2,5 hectares por hora e representa a emissão de 10,3 milhões de toneladas de CO2 equivalente na atmosfera.

A engenheira florestal Maria Aurélia Ferreira lembrou que diversas iniciativas estão em curso para recuperar áreas degradadas do bioma, com a meta de aumentar a produção de oxigênio no Planeta. “Neste momento temos tecnologia e projetos em andamento, com ótimos resultados”, pontuou.

No entanto, enfatizou a urgência da população participar mais. “Precisamos parar de derrubar e revitalizar muito mais, para atingir a proposta da Organização das Nações Unidas (ONU) dentro da Década da Restauração de Ecossistemas”, concluiu.

//atarde