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Dilma faz sua defesa no Senado nesta segunda-feira, 29

Os aliados de Dilma defendem que o discurso dela seja "duro" e "firme"

Os aliados de Dilma defendem que o discurso dela seja “duro” e “firme”

A presidente afastada Dilma Rousseff vai fazer sua defesa pessoalmente no julgamento processo de impeachment nesta segunda-feira, 29, no Senado. Ela terá 30 minutos iniciais, que poderá ser prorrogado por mais 30.

O tempo poderá ser estendido a critério do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski. Em seguida, ela responderá aos questionamentos dos senadores. Cada parlamentar terá até cinco minutos para seus questionamentos.

Dilma terá o tempo que julgar necessário para responder e não será permitida réplica e nem tréplica. Dilma também poderá deixar de responder as indagações dos senadores. Ela também responderá a eventuais questões formuladas pela acusação e pela defesa.

A presidente afastada estará acompanhada de cerca de 30 pessoas, entre ex-ministros, presidentes de partidos aliados, assessores e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Até agora, já se inscreveram para questionar Dilma 47 dos 81 senadores.

Estratégias

Senadores contrários e a favor de Dilma se reuniram neste domingo, 28, para traçar estratégias. “Nós fizemos uma reunião dos partidos que compõem a base aliada para organizar o comportamento na sessão de amanhã. A decisão tomada é de tratar a presidente com todo o respeito que ela merece como presidente afastada, como uma pessoa que comparece ao Parlamento cumprindo o rito constitucional do impeachment”, disse o senador Agripino Maia (DEM-RN) após a reunião.

Os senadores avaliam que Dilma adotará um tom emotivo em seu discurso e que confrontos e bate bocas, como os que ocorreram nos dois primeiros dias do julgamento final possam vir a favorecer a petista. “Não aceitaremos as provocações e nem a beligerância proposta com o intuito de criar fatos novos que possam mudar os votos dos senadores”, acrescentou o senador.

Segundo o senador e presidente nacional do PSDB, Aécio Neves (MG), caberá a Dilma dar o tom da sessão. O tucano disse ainda que a orientação para os questionamentos será de se ater a questões formais do processo contra Dilma, que responde sob a acusação der ter editado em 2015 três decretos de créditos suplementares sem autorização do Congresso e, também, de atrasar o pagamento para o Banco do Brasil, de subsídios concedidos a produtores rurais por meio do Plano Safra, as chamadas pedaladas fiscais.

“Nossa disposição é de fazer perguntas duras, técnicas, sobre os crimes cometidos pela presidente para que ela possa se manifestar sobre eles. Obviamente que se o tom que vier da presidente ou mesmo de senadores que lhe apoiam for outro, a reação será a altura”, alertou.

Os aliados de Dilma defendem que o discurso dela seja “duro” e “firme”. Segundo o G1, senadores e o advogado de defesa, o ex-ministro José Eduardo Cardozo, querem que ela enfatize que não cometeu crime e não caia nas provocações adversárias.

Fonte: A Tarde