Bahia

“A população não tem com o que se preocupar”, afirma infectologista sobre o coronavírus

Procura por álcool gel cresceu após tensão provocada pelo coronavírus

O último boletim emitido em conjunto pelas secretarias da Saúde do estado e do município, na tarde desta sexta-feira, 28, cinco casos suspeitos do novo Coronavírus (Covid-19) aguardam análise laboratorial, sendo quatro em Salvador. A situação é considerada tranquila e não há motivo para pânico, segundo a la Secretaria Municipal de Saúde (SMS), no entanto, produtos como o álcool em gel já começam a faltar nas farmácias.

Os casos suspeitos chegavam a 24, mas 15 foram excluídos por não se enquadrarem e quatro descartados após exames. “A população não tem que se preocupar. Nada além dos cuidados com qualquer doença respiratória”, disse a infectologista à frente da SMS, Adielma Nizarala.

Em quatro farmácias visitadas por A TARDE, nos bairros da Marback e Pituba, em apenas uma havia álcool em gel. Em uma delas, máscaras descartáveis estavam em falta. De acordo com Alex Santos, subgerente de uma das farmácias, os produtos não duram mais de dois dias nas prateleiras. “A procura aumentou muito. Principalmente álcool gel, luvas e máscaras que só temos duas caixas”, contou.

Ainda segundo a especialista, o momento é de vigilância para que e o município está seguindo o protocolo do Ministério da Saúde (MS), para lidar com a situação. “Se a pessoa adoece de qualquer doença respiratória, vai a um posto de atendimento e o médico orienta permanecer em casa. Faz parte da responsabilidade social dela, obedecer”.

Na tarde de ontem, Bruna Araújo, 18 anos, foi na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro do Marback, onde, na quinta-feira passada, uma mulher vinda recentemente da Itália deu entrada como caso suspeito.

Após sentir febre, dor de cabeça e garganta inflamada, Bruna foi ao posto de máscara. “Fui para o Carnaval. É muita gente junta, sempre dá nisso. Como essa moça deu entrada aqui, vim de máscara”, contou.

Cuidados

O infectologista Robson Reis alerta que gripes e resfriados são comuns após o Carnaval, já que as pessoas acabam não se alimentando direito, se hidratando menos e compartilhando recipientes de bebida. “O essencial é criar a cultura da prevenção. Evitar levar a mão até a boca e o nariz, já que a maioria das doenças infectocontagiosas são disseminadas pela boca, olho e nariz. Além disso, higienizar as mãos com água e sabão durante, no mínimo, 20 segundos e utilizar o álcool gel”.

Para reduzir a possível proliferação do vírus, ontem, o arcebispo de Salvador e primaz do Brasil, dom Murilo Krieger, recomendou aos celebrantes a omissão do abraço da paz, entregar a hóstia nas mãos dos fiéis e mãos dadas durante orações. //A Tarde