POLITICA
SUDOESTE: Em bilhetes, presos informam sofrer tortura em presídio
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Bia em 08.08.2014 às 22:47

Foto: Divulgação
G1
Detentos do Conjunto Penal de Jequié, cidade situada no sudoeste da Bahia, enviaram bilhetes, sem identificação, aos defensores públicos estaduais, denunciando casos de tortura na unidade prisional. A situação foi informada na tarde desta sexta-feira (8) pela Defensoria Pública da Bahia. Entre elas, são apontadas a permanência de internos em salas isoladas e a falta de atendimento médico. Por outro lado, o interventor Paulo Sabina nega anormalidade na condução da unidade e afirma que as agressões sofridas foram provocadas pela própria população carcerária durante a última rebelião.
No dia 4 de julho, ocorreu um conflito dentro da unidade penitenciária durante operação policial. O interventor Paulo Salina informou que a rebelião, que deixou 10 presos feridos, foi gerada após a transferência de líderes de facções criminosas. A Secretaria de Administração Penitenciária da Bahia (Seap) informou que 13 internos foram levados para outras unidades e que a agitação foi iniciada durante revista geral, que recolheu celulares, chips, facas, facões e dinheiro.
Aos defensores, os presos informaram que foram abordados por policiais com “chutes, golpes de cassetete e gás de efeito moral, alguns inclusive sendo alvejados com balas de borracha”. A Defensoria comenta que eles afirmaram que os policiais apreenderam um material usado para a costura de bolsas, trabalho que é realizado dentro do presídio, o dinheiro que ganham fruto dessa atividade, além de alimentos levados por familiares. Os presos alegaram aos defensores que há pessoas feridas, com fratura exposta, que foram levadas para locais de acesso restrito.
Segundo a Defensoria, a gestão do Conjunto Penal alegou impediu a entrada de defensores alegando que a visita ajudaria a “inflar o descontentamento dos detentos” e afirmou também que não podia garantir segurança. “Normalmente costuma ocorrer operações ‘baculejos’ feitos pela Polícia Civil. Dessa vez, foi com a Polícia de Choque, não sabemos ainda por qual motivo. Fomos ao presídio três vezes e só tivemos acesso em um único módulo, quando colhemos depoimentos informais, registramos fotos. Já pedimos exames de corpo de delito e estamos aguardando a lista de presos atual. O receio é que as pessoas feridas fiquem sem atendimento médico. Vamos acionar órgãos de Direitos Humanos e o Ministério Público, essa parte tem que ser fiscalizada. Vamos tentar preservar a integridade física dos detentos”, disse a defensora Itanna Pelegrini, que esteve no local junto aos colegas Yana Melo e Rafson Ximenes. (mais…)