Câncer de colo do útero levou 429 mulheres a óbito em 2019 na Bahia
O câncer de colo uterino é um tumor que acomete a porção inferior do útero, chamada colo ou cérvix. Este câncer é altamente prevalente na população feminina. No mundo, ocupa o segundo lugar no “ranking” dos cânceres femininos, só perdendo para neoplasia mamária. De acordo com a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), no ano passado, 752 mulheres ficaram internadas e 429 foram a óbito.
A oncologista Renata Cangussu, do Núcleo de Oncologista da Bahia (NOB), explica que 90% dos casos da doença estão relacionados à incidência de papilomavírus humano (HPV) entre mulheres. É um tipo de vírus bastante comum na população. “A maioria das mulheres será exposta a este agente durante suas vidas sexuais, porém a infecção é de forma transitória, onde o próprio organismo tem a capacidade de eliminar o vírus num período que varia de seis meses até dois anos”, esclarece.
“Mesmo que ocorra o desenvolvimento de alguma lesão, o próprio sistema imunológico pode “curar”, sem nenhum tratamento. Em cerca de 10% dos casos, onde a imunidade não conseguiu reagir à presença do vírus, pode ocorrer à persistência da infecção, com evolução para lesões de maior gravidade. Aí nesta situação é necessário o tratamento das lesões, com a remoção da porção acometida do colo do útero”.
Quando a doença já se encontra em um estágio mais avançado, a mulher pode apresentar um quadro de anemia devido à perda de sangue, além de dores nas pernas, nas costas, problemas urinários ou intestinais e até perda de peso sem intenção. “Os sangramentos podem ocorrer durante a relação sexual, fora do período menstrual e em mulheres que já estão no período da menopausa”, diz a oncologista.
VACINA
Renata Cangussu lembra que a vacinação contra o vírus sexualmente transmissível é medida preventiva essencial no combate à doença. “O Diagnóstico precoce pode evitar em 80% dos casos os riscos de metástases e outras complicações decorrentes deste tipo de tumor”, disse Renata.
A especialista reforça a necessidade da vacinação na prevenção primária da doença e lembra que também é fundamental conscientizar a população para a importância do sexo seguro, uma vez que as relações sexuais são a principal forma de transmissão do HPV. “Fique atento aos primeiros sinais. O tumor ocorre quando as células que compõem o colo uterino sofrem agressões causadas pelo HPV. Os primeiros sinais aparecem por meio de sangramento vaginal, seguido de corrimento e dor na pelve”, destaca.
A médica ressalta, ainda, que as vacinas estão disponíveis pelo Sistema Único de Saúde (SUS), meninas dos nove aos 13 anos e meninos a partir dos 11 anos até 14 anos podem se imunizar. “Precisamos estimular os pais e responsáveis para vacinar as crianças. Apenas 30% das garotas tomam a vacina e 18% dos meninos chegam a se imunizar”, frisou.
A doença é silenciosa e, por isso, em cerca de 35% dos casos acaba levando à morte. A preocupação acerca dos crescentes índices da doença aumenta quando analisado o principal causador da condição, o contágio do HPV. Mais comum tipo de infecção sexualmente transmissível em todo o mundo, o vírus atinge de forma massiva as mulheres. (mais…)