Ministro do STF justifica censura antes da verificação de possível fake news
Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), justificou hoje (22) sua decisão de censurar matérias da revista Crusoé e do site O Antagonista. As matérias faziam referência ao apelido de Dias Toffoli, presidente do Supremo, pela Odebrecht, e se basearam em documento entregue pela empreiteira à Lava Jato em Curitiba.
“Você não pode prejudicar a honra de uma pessoa quando há, como houve neste caso, uma nota oficial da Procuradoria-Geral da República, que dizia que não tinha conhecimento de nenhum documento (com uma citação a Dias Toffoli), como argumenta a publicação”, afirmou Moraes.
As reportagens censuradas tinham menção a Toffoli feita por email por Marcelo Odebrecht, empresário e delator, em 2007, quando Toffoli era chefe da Advocacia-Geral da União (AGU) do governo Lula. No email, Odebrecht pergunta a dois executivos da empreiteira: “Afinal vocês fecharam com o amigo do amigo de meu pai?”.
A revista Crusoé informou, no dia 11, que o documento da Odebrecht havia sido enviado à procuradora-geral da República, Raquel Dodge. Mas ao determinar a censura, Moraes afirmou que a PGR havia negado, ainda no dia 12, ter recebido o material citado pela revista. Por isso, para o ministro, a informação era falsa. Na verdade, o material foi enviado no início daquela noite à Procuradoria, em Brasília.//Metro1