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Perfil no Instagram para ajudar tratamento de bebê é hackeado: ‘Tirou minha paz’, diz mãe

A mãe da pequena Luna Tavares Fenner entrou em desespero quando tentou acessar a conta do Instagram em que ela divulga a campanha para o tratamento da filha, de 7 meses, e descobriu que o perfil havia sido hackeado. Ela postava imagens da filha no @luna.love.hope, com palavras em inglês referindo-se a “amor” e “esperança”, respectivamente, visando a divulgar a condição rara com a qual a menina nasceu.

Trata-se de uma mancha preta no rosto, identificada como nevo melanocítico, que afeta aproximadamente 1% dos recém-nascidos e é decorrente de uma mutação nos melanócitos (células produzidas na crista neural do embrião).

“GENTE, Instagram da Luna foi Hackeado. Assim como o e-mail dela também!!!! Perdemos tudo e não temos mais acesso a nada!!!!! Se alguem que trabalhe em TI ou qualquer coisa de computação e puder nos ajudar de alguma forma, por favor!!!!! Estou desesperada, pois toda ajuda que recebemos era através do Insta dela, que já tinha mais de 130 mil seguidores. Obrigada”, escreveu a mãe no Facebook.

Carolina Fenner usava a rede social para ajudar na arrecadação do valor das cirurgias de remoção da mancha, por meio de “vaquinha” online, eventos e vendas de camisetas.

Perfil no Instagram que divulgava campanha para tratamento de bebê foi hackeado

Perfil no Instagram que divulgava campanha para tratamento de bebê foi hackeado Foto: Reprodução

— Esse negócio do Instagram tirou minha paz hoje (sábado) — disse Carolina Fenner. — Tem um monte de gente que tá tentando conseguir o Instagram (de volta) pra gente, mas até agora nada.

E essa não foi a primeira situação problemática que Carolina precisou enfrentar. No dia 17 de setembro, ela denunciou uma conta na rede social que vinha usando as “fotos da menina para conseguir seguidores” e publica “legendas preconceituosas”.

“Pessoal, quem tiver Facebook e puder nos ajudar a Denunciar esta página “xê-terêncio” eu agradeço”, havia afirmado a mãe da Luna. “Desculpe o desabafo, mas não consegui derrubar a página sozinha e não aguento mais responder tanta mensagem infeliz”.

Mãe da Luna faz posts de combate ao preconceito
Mãe da Luna faz posts de combate ao preconceito Foto: Instagram (@luna.love.hope) / Reprodução

Tratamento feito na Rússia

Segundo Carolina Fenner, o tratamento seria feito nos Estados Unidos, onde ela mora com o marido há sete anos, mas explicou que mudou o destino para a Rússia após o plano de saúde americano ter negado custear as operações.

Em abril, Carolina explicou que embora seja possível conviver normalmente com o nevo, existe o risco de ele se transformar em melanoma quanto maior for a pinta. Por isso, ela optou por retirá-lo cirurgicamente.

— Decidimos fazer as cirurgias por que a mancha no rosto dela é muito grande e tem risco de se tornar um melanoma. A exposição ao sol também pode contribuir para isso. Esse foi o principal fator. E ainda tem a questão do psicológico dela. Sabemos que ela poderia sofrer bullying na escola quando for mais velha, por exemplo — dissera a mãe da menina.

À época, ela contou que tinha solicitado o tratamento ao plano de saúde. No entanto, nesse meio tempo, o pedido lhe foi negado. As cirurgias custam US$ 400 mil (aproximadamente R$ 1,6 milhão).

Enquanto lutava na Justiça contra o plano, Carolina contou que um médico russo lhe procurou dizendo ter visto uma matéria sobre a Luna num jornal e que faria as cirurgias em apenas um ano e meio por US$ 150 mil dólares (cerca de R$ 615 mil). Ele também lhe enviou resultados de seus trabalhos e mostrou que tinha uma tecnologia de ponta.

— Ainda é muito (caro), mas como ele topou dividir pelo número de cirurgias, a gente tem que pagar US$ 25 mil (algo em torno de R$ 102 mil) por cada uma. Como a gente já tem o valor de quase duas cirurgias, resolvi ir para lá fazer essa primeira e ver como vai ser — afirmou.

A primeira cirurgia ocorreu no início de outubro e a segunda está marcada para este domingo.

— Amanhã cedo a Luna tem a segunda cirurgia e ela está em jejum e já já acorda gritando aqui, tadinha. E eu tenho que ficar enrolando ela pra não lembrar da fome — disse Carolina neste sábado.

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