Política

Entrevistado pelo Roda Viva, Wagner fala sobre as ações para a convivência com a seca

 

André Reis

O governador Jaques Wagner (PT) foi o entrevistado nesta segunda-feira no programa Roda Viva, da TV Cultura, que foi intermediado pelo jornalista Mário Sergio Conti, além da participação de convidados. Com a seca no Nordeste brasileiro sendo o foco principal da entrevista, o governador comentou sobre as principais medidas para amenizar a situação na Bahia e qual impacto essas ações podem causar a curto e longo prazo para a população afetada pela estiagem. O petista iniciou abordando as ações preventivas que vem sendo realizadas em sua gestão, citando o programa Água para Todos, Garantia Safra e o Bolsa Estiagem.  Wagner afirmou que participa nesta terça-feira de uma reunião entre os governadores com a presidenta Dilma Rousseff, onde a seca na região do Nordeste também será a pauta. Questionado se ele teria alguma crítica contra a gestão do Ministério da integração, que atualmente é comandada pelo ministro Fernando bezerra (PSB), Jaques disse que não se sente prejudicado com a atuação do ministro, mas citou o atraso nas obras quando o baiano Geddel Vieira Lima (PMDB) era o responsável pela pasta.

Interrogado se a população baiana considera as medidas suficiente e se ele tem medo de uma punição nas urnas em relação aos seus eleitores, Wagner disse estar convicto que a população sabe do que ele vem fazendo no combate à seca, mas não negou que terá baixa entre o eleitorado petista. “As pessoas estão vendo os programas objetivos que estão sendo realizados, a nível nacional ou a nível estadual”.  O govenador comentou que buscou soluções israelenses através de tecnologias para conviver com o problema da seca. “Nós bebemos na fonte do saber israelense. Porém, a Bahia é 40 vezes maior que o Israel. Somente o estado tem 570.000 km2. Mas temos modelos de excelência também. Eu não tenho dúvidas que estamos muito além do que estávamos”, argumentou Wagner, lembrando que, “se não tivermos chuvas em abril o quadro será bem mais preocupante”.

Sobre as articulações políticas no Nordeste em torno da reeleição da presidenta Dilma Rousseff, Wagner ressaltou a necessidade de ser feito um foco de prioridades, citando que tem orgulho de passar para a história por trabalhar com a presidenta que, segundo ele, tirou os últimos brasileiros que viviam abaixo da linha de pobreza. Durante entrevista, Wagner foi questionado sobre a nomeação do ex-senador César Borges (PR) para o Ministério de Transportes, e se ele estaria incomodo em trabalhar com um ex-carlista em um cargo tão importante para o país. Segundo o petista ele já teria convidado César Borges para compor chapa em 2010 e a própria presidenta também teria convidado o ex-senador para trabalhar com ela no Banco do Brasil. “Foi um governador e foi um senador competente no ponto de vista do trabalho no Senado. A presidenta também conversou comigo por se tratar de um baiano que é ex-governador de um grupo que era oposição, mas hoje não é. Estamos alinhados a nível nacional e pode-se ter críticas de outra ordem, mas em relação ao ex-governador César Borges não tenho uma história em relação ao código de ética do procedimento dele”.

Não descartou também a possibilidade de se afastar para ajudar na coordenação da campanha da presidenta Dilma Rousseff no Nordeste, confirmando que poderia até se alocar em uma candidatura para deputado federal. “Não tenho nenhum passaporte carimbado para 2014. Esse tipo de negociação eu nem tenho com ela [Dilma Rousseff] tenho por hábito de concluir a minha meta e concluindo a gente se qualifica para depois”. Quando foi perguntado sobre o crescimento da violência na Bahia o governador afirmou que na média nordestina a violência relacionada ao tráfico de drogas aumentou consideravelmente e citou as ações na busca de melhorias para a segurança pública em seu governo. Hoje o governador participa da 17ª Reunião Ordinária do Conselho Deliberativo da Sudene, que acontece em Fortaleza e que terá a participação da presidente Dilma Rousseff, que por sua vez deve anunciar medidas de combate à seca.