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Caso Marielle: PM que admitiu ter mentido em depoimento à PF pode ser indiciado por dois crimes

 

O policial militar que admitiu em depoimento à Polícia Federal ter mentido ao acusar o miliciano Orlando Oliveira de Araújo, o Orlando da Curicica, e o vereador Marcello Siciliano (PHS) como interessados na morte da vereadora Marielle Franco, poderá ser indiciado no mínimo por organização criminosa e falso testemunho, penas que somadas podem chegar a 12 anos de prisão. Policiais federais que investigam o caso contaram que o aparecimento do PM criou obstáculos às investigações.

A PF apura se o policial militar surgiu para atrapalhar o esclarecimento das mortes da parlamentar e o seu motorista Anderson Gomes, por ordens de terceiros.

Em novembro do ano passado, a PF instaurou inquérito para investigar se houve interferências no esclarecimento do crime. O pedido foi feito pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, ao então ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, a quem a PF era subordinada. Também foi determinado que a PF desse proteção para duas pessoas que prestaram depoimentos sobre o caso.

A PF apura os delitos de organização criminosa, coação no curso do processo, fraude processual, favorecimento pessoal, patrocínio infiel, exploração de prestígio, falsidade ideológica, além de outras falsidades e fraude e corrupção.

Na semana passada os policiais civis da Delegacia de Homicídio (DH) prenderam o policial militar reformado Ronnie Lessa, de 48 anos, e o ex-policial militar Élcio Vieira de Queiroz, de 46 anos, acusados de participarem dos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. As investigações continuam agora para chegar aos possíveis mandantes.

Na época das denúncias, a então Secretaria de Segurança determinou que o policial militar fosse protegido. Nesta segunda-feira, a secretaria de Polícia Civil não informou se ele permanece sob proteção. Já a Secretaria da Polícia Militar revelou que o PM no momento está à disposição da Diretoria Geral de Pessoal (DGP).